PGR se manifesta contra viagem de Bolsonaro aos EUA para posse de Trump

PGR se manifesta contra viagem de Bolsonaro aos EUA para posse de Trump

 Paulo Gonet afirmou que não foi demonstrada "necessidade básica, urgente e indeclinável" de o ex-presidente sair do país


© Getty Images

Porto Velho, RO - O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou contra a ida de Jair Bolsonaro (PL) aos Estados Unidos para a posse de Donald Trump.

Em documento enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (15), o procurador afirmou que não foi demonstrada "necessidade básica, urgente e indeclinável" de o ex-presidente sair do país.

De acordo com a defesa de Bolsonaro, ele pretendia viajar entre sexta (17) e quarta (22) para acompanhar a programação da assunção de Trump ao cargo de presidente. A posse está marcada para o dia 20.

A decisão caberá ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

O passaporte de Bolsonaro está retido e ele está proibido de deixar o país como medida parte das investigações das quais é alvo, incluindo a suspeita de envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022.

Na última quarta (8), o ex-presidente agradeceu Trump em suas redes sociais e disse que sua defesa já havia enviado a solicitação de liberação do passaporte ao STF.

A Polícia Federal indiciou Bolsonaro sob suspeita de envolvimento em plano para impedir a posse de Lula (PT) em 2022. A imputação criminal se soma a outras contra o capitão da reserva.

No sábado (11), o relator do caso no Supremo, Alexandre de Moraes determinado ao ex-presidente o envio de documentos para comprovar o convite recebido, dizendo que não tinham sido informados os horários dos eventos nem a programação de cerimônias.

No despacho, Moraes disse que o convite incluído no pedido foi enviado ao email do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, por um endereço eletrônico "não identificado" e sem detalhes das cerimônias.

No início da semana, os advogados de Bolsonaro sustentaram ao ministro a veracidade do email. De acordo com eles, é um meio de "comunicação formal utilizado pela aludida equipe cerimonial" e o uso de domínios online específicos e temporários é comum em eventos de posse presidenciais americanas.

"Prestigia-se a boa-fé do declarante, in casu, de que o convite enviado por e-mail oficial do comitê representado por Donald J. Trump é verdadeiro, justamente porque mentiras ou omissões propositadas podem levar a rigorosas consequências", dizem os advogados.

Na mesma resposta, a defesa diz que a posse do presidente eleito é um "evento de notória magnitude política e simbólica e o convite para comparecer à sua cerimônia encontra-se carregado de significados e implica em diversos aspectos importantes, tais como o reforço de laços e o fortalecimento das relações bilaterais entre os países mediante o diálogo entre dois líderes globais".

Os advogados ainda disseram reiterar o compromisso de o ex-presidente não atrapalhar "o andamento das investigações" e cumprir integralmente as medidas cautelares impostas.

Fonte: Notícias ao Minuto

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