Projeto tem como objetivo reflorestar cerca de 40 quilômetros de vegetação que foi destruída pelos incêndios. Após a coleta, o material é levado para receber o tratamento adequado.
Voluntários retiram toneladas de lixo do rio Guaporé em RO — Foto: Gabryel Biavatti
Porto Velho, RO - Pescadores, ribeirinhos e voluntários participaram de uma expedição para remover o lixo acumulado ao longo do rio Guaporé, em Pimenteiras do Oeste (RO). A ação tem como objetivo reflorestar cerca de 40 quilômetros de vegetação que foi destruída pelos incêndios.
🔎 Com mais de 1,7 mil quilômetros de extensão, o rio Guaporé é um dos afluentes da bacia amazônica. Além disso, o Guaporé banha os estados de Rondônia e Mato Grosso e forma a fronteira do Brasil com a Bolívia.
O projeto “Somos Todos Guaporé” existe há mais de 20 anos. Durante a jornada, os voluntários percorrem cerca de 80 acampamentos de pesca e vilarejos, coletando o lixo para iniciar o reflorestamento.
De acordo com Amilton Souza Brito, presidente da associação Somos Todos Guaporé, o projeto teve inicio após o período de estiagem, quando ele observou que o reflorestamento seria necessário para a sobrevivência dos animais.
“Hoje o desastre que teve desse fogo não atinge só nós seres humanos, atinge também os peixes, os animais. Hoje a importância desse projeto pra gente é trazer alimentos pros peixes, trazer alimentos pros animais e principalmente o ar para o ser humano”, disse.
Voluntários retiram toneladas de lixo do rio Guaporé em RO — Foto: Iury Lima/Rede Amazônica
“A gente pensa se não tivesse essas coletas de lixo, como estaria o nosso rio Guaporé hoje. Ele estaria praticamente inviável para a pesca e outras atividades”, disse.
Voluntários retiram toneladas de lixo do rio Guaporé em RO — Foto: Iury Lima/Rede Amazônica
“As espécies são selecionadas com base em dois critérios. Primeiro, a gente está recuperando uma app, uma área que provavelmente fique alagada com as cheias. Então a gente precisa de espécies para essa parte mais próxima, nós precisamos de espécies que sejam resistentes nessa questão da água”, informou.
Queimadas causaram o atraso na desova de tartarugas no rio Guaporé
As queimadas em Rondônia causaram o atraso de quase dois meses na formação dos ninhos de tartarugas às margens do rio Guaporé, entre os municípios de Costa Marques e São Francisco do Guaporé, em Rondônia, na fronteira com a Bolívia. As equipes de monitoramento temem que os filhotes ainda não estejam prontos quando as chuvas começarem a cair e o nível do rio voltar subir.
➡️Contexto: normalmente a desova das tartarugas-da-amazônia ocorre entre agosto e setembro. O período até a eclosão dura, em média, 60 dias. Com o atraso na desova, o risco, agora, é que o nascimento dos filhotes coincida com o período de chuvas e os ovos, enterrados na areia, fiquem soterrados e elas não consigam subir até a superfície para respirar.
"Se chega água nos ninhos e elas não saíram, por ironia do destino elas morrem afogadas por não conseguirem sair da areia", revela o biólogo e voluntário da Organização Não Governamental (ONG) Ecovale, Deyvid Muller.
🐢Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o tabuleiro de desova do rio Guaporé é o maior do país. As tartarugas se espalham por quatro praias: Ilha, Alta, Suja e Tartaruguinha.
Deyvid explica que a fumaça alterou a temperatura e a luminosidade do ambiente, impossibilitando a criação do "cenário ideal" para a desova das tartarugas no período regular.
“Nós acreditamos que o principal motivo foram as queimadas e a grande quantidade de fumaça, que afetaram a temperatura, e a falta do sol pela necessidade da temperatura da areia para que chocassem seus ovos", explica.
Somente com a redução dos focos de calor, em outubro, as tartarugas se deslocaram até a praia para depositar os ovos. Com o período de cheias dos rios se aproximando, existe o risco de que a água alcance os ninhos antes que os filhotes estejam prontos.
Fonte: G1-Rondônia
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