Pai do atirador de 14 anos que matou quatro em escola dos EUA é preso e acusado de homicídio

Pai do atirador de 14 anos que matou quatro em escola dos EUA é preso e acusado de homicídio

Colin Gray, de 54 anos, também é acusado de quatro acusações de homicídio culposo e oito de crueldade contra crianças

Um memorial do lado de fora da Apalachee High School em Winder, Geórgia, na quinta-feira — Foto: Amanda Kathleen Greene para o The New York Times

Porto Velho, Rondônia -
O adolescente de 14 anos acusado de matar dois estudantes e dois professores em um ataque contra sua escola compareceu a uma corte judicial pela primeira vez nesta sexta-feira, sendo seguido meia hora depois por seu pai. 

O adolescente enfrenta quatro acusações de homicídio qualificado. Já o pai, Colin Cray, de 54 anos, é acusado de permitir que o filho, um calouro no ensino secundário, tivesse acesso a um fuzil de estilo militar usado no ataque contra a Apalachee High School em Winder, Geórgia, na manhã de quarta-feira. Nenhum dos dois solicitou a possibilidade de sair sob fiança, e audiências preliminares foram marcadas para pai e filho para 4 de dezembro.

Na quinta-feira, Cray foi preso foi alvo de duas acusações de homicídio em segundo grau, quatro de homicídio culposo e oito de crueldade contra crianças, informou o Departamento de Investigação do estado. As acusações contra o Gray estão "diretamente relacionadas às ações de seu filho e ao fato de permitir que ele possuísse uma arma", disse Chris Hosey, diretor do departamento, em entrevista coletiva na quinta.

Não ficou claro qual era o precedente na Geórgia para acusar o pai em conexão com o crime grave cometido pelo filho. Quando questionado na quinta-feira, Hosey disse que desconhecia os detalhes.

Nesta sexta-feira, o juiz Currie M. Mingledorff afirmou que a pena máxima para as acusações contra ele corresponderiam a 180 anos de prisão. O juiz também afirmou que o adolescente, por ser menor, não enfrentará a pena de morte, com a sentença máxima pelos crimes de que é acusado podendo chegar à prisão perpétua, sem ou com direito à condicional.

Na quinta-feira, Charlie Polhamus, avô materno do adolescente, disse acreditar que seu neto era responsável pelo que aconteceu, mas também culpou parcialmente o tumulto na vida doméstica do adolescente com seu pai, que havia se separado da filha de Polhamus.

— Meu neto fez o que fez por causa do ambiente em que vivia — disse Polhamus.

No ano passado, quando os investigadores que analisavam uma ameaça on-line relacionada ao adolescente falaram com Gray, ele disse que havia ensinado seu filho, então com 13 anos, sobre caça e armas para desviar sua atenção dos videogames. Segundo a transcrição da entrevista de maio de 2023, o adolescente negou ter feito a ameaça de "atacar uma escola secundária" e afirmou que sua conta na plataforma de mídia social Discord havia sido hackeada.

— Ele conhece a seriedade das armas e o que elas podem fazer, como usá-las e como não usá-las — disse Gray ao investigador na época.

Registros de dois anos atrás mostram que Gray possuía uma variedade de armas, incluindo um fuzil estilo AR-15. As autoridades disseram que esse tipo de arma de fogo foi usada no ataque na manhã de quarta-feira.

Os legisladores da Geórgia têm afrouxado constantemente as leis sobre armas nos últimos anos, incluindo uma medida de 2022 que permite que a maioria dos residentes carregue uma arma de fogo sem permissão. O estado não está entre aqueles, por exemplo, que penalizam a falta de armazenamento seguro de uma arma de fogo.

As acusações na Geórgia ocorreram meses depois que uma mãe e um pai em Michigan foram considerados culpados de homicídio culposo em conexão com o ataque mortal de seu filho adolescente a uma escola de ensino médio em 2021. Quatro alunos foram mortos e sete outros ficaram feridos no que se tornou o ataque a tiros escolar mais mortal de Michigan.

Os pais, James e Jennifer Crumbley, foram os primeiros no país a serem acusados diretamente pelas mortes causadas por seu filho em uma chacina, e as acusações foram vistas como parte de um esforço nacional para responsabilizar alguns pais por permitir a violência cometida por seus filhos.


Fonte: O GLOBO

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