Ordem de quem fará perguntas foi definida por sorteio; candidato do PRTB é o único que poderá ‘escolher’ qualquer confronto
Porto Velho, Rondônia - O primeiro debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo será realizado a partir das 22h15 desta quinta-feira. Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB), José Luiz Datena (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) estarão, nesta ordem, posicionados nos estúdios da TV Bandeirantes para apresentar suas propostas durante 1h30.
O debate será dividido em quatro blocos. No primeiro, os candidatos responderão a questões programáticas e terão uma rodada inicial de confrontos diretos, em que cada um escolherá um alvo e terá um minuto para formular sua pergunta. A resposta e a tréplica terão quatro minutos no total, e caberá ao candidato administrar o tempo. A ordem de quem perguntará nessa rodada foi definida por meio de sorteio e será a seguinte: Marçal, Boulos, Datena, Nunes e Tabata. Como todos terão que responder, não será permitido direcionar sua pergunta a alguém que já tenha sido indagado.
No segundo bloco, os candidatos responderão a perguntas formuladas por jornalistas da casa, sempre com um adversário comentando. Já o terceiro será dedicado a mais uma rodada de embates diretos, na seguinte ordem: Marçal, Tabata, Nunes, Boulos e Datena.
No último bloco, os candidatos falarão por dois minutos cada um sobre temas apontados como prioritários pelos telespectadores. Cada um terá também dois minutos para se despedir, nessa sequência: Boulos, Datena, Amaral, Marçal e Nunes.
Os candidatos fizeram sessões de treinamento nos últimos dias para chegar ao evento afinados. Buscando a reeleição, Nunes deve ser o alvo mais visado neste momento. O GLOBO apurou que o direcionamento das críticas preocupa a campanha do emedebista. A avaliação é que opositores, principalmente Datena e Marçal, não têm “nada a perder” na eleição deste ano e podem investir em pautas diversionistas para ganhar visibilidade. Durante a convenção realizada pelo PRTB no domingo, Marçal disse que revelará no debate dois candidatos que “cheiram cocaína” — sem, no entanto, apresentar prova alguma.
A estratégia de Nunes, não apenas em debates, mas na campanha eleitoral como um todo, é focar na cidade e nas entregas da gestão. Auxiliares entendem que nenhum outro candidato conhece tanto São Paulo e trata com propriedade os assuntos, com ações concretas para mostrar ao público. Alguns dos temas que devem ganhar destaque são a tarifa zero nos ônibus aos domingos, a faixa azul para motos, a construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o programa de moradia Pode Entrar, além da boa situação orçamentária da cidade.
Se necessário partir para o ataque, o prefeito deve procurar Boulos, como já tem feito durante toda a pré-campanha. Resta saber em que termos. Em convenção do PL, Nunes chamou o adversário de “invasor”, “vagabundo” e “sem-vergonha”, o que rendeu ao político uma ação na Justiça cobrando uma retratação pública e a publicação do currículo Lattes do psolista. O pedido foi negado na última sexta-feira, sem julgamento do mérito. O entorno de Nunes prefere um segundo turno contra Boulos, já que nesse cenário o atual prefeito teria mais votos, segundo pesquisas.
Boulos, por sua vez, deve seguir com a estratégia que adota há meses de concentrar seus ataques a Nunes, focando tanto no que considera como problemas de sua gestão quanto no recente inquérito da Polícia Federal (PF) que apontou indícios de envolvimento do emedebista com um esquema de desvio de verbas em creches conveniadas. Outra tática é relacionar Nunes a Jair Bolsonaro (PL), especialmente no que tange às investigações que pesam sobre o ex-presidente no caso das joias e tentativa de golpe. No segundo turno das eleições presidenciais, Lula (PT) venceu Bolsonaro na capital por margem estreita de votos (53,5% a 46,5%).
Segundo a pesquisa de intenções de voto mais recente, divulgada na semana passada pela Quaest, Nunes (20%), Boulos (19%) e Datena (19%) lideram a corrida eleitoral paulistana em empate triplo. Marçal é citado por 12%, enquanto Tabata tem 5% das menções.
Fonte: O GLOBO
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