Pedágio da BR-040 dobra mesmo com ‘pontos críticos’ na conservação da via; nova concessionária promete obras em breve

Pedágio da BR-040 dobra mesmo com ‘pontos críticos’ na conservação da via; nova concessionária promete obras em breve

EPR Via Mineira, vencedora de leilão realizado em abril, passou a administrar essa semana o trecho da rodovia que vai de BH a Juiz de Fora

Porto Velho, Rondônia - O usuário da BR-040 já sentiu os efeitos da nova administração da rodovia no trecho entre Belo Horizonte e Juiz de Fora: o pedágio está mais caro, o valor dobrou. Para um automóvel ou caminhonete, a tarifa passou de R$ 6,30 para R$12,70. Já para caminhões leves ou ônibus, o pedágio, que antes custava R$12,60, agora custa R$ 25,40. Alívio só para os motociclistas, porque não há cobrança para motos. Entre a capital mineira e Juiz de Fora são três praças de pedágio localizadas nos municípios de Itabirito, Conselheiro Lafaiete e Barbacena.

Sobre o reajuste no valor do pedágio, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) disse que o aumento levou em conta a inflação de 4,14% entre julho de 2023, data-base da tarifa ofertada no leilão, e o mês de agosto. A mudança, também conforme a autarquia, foi uma forma de corrigir os valores e recompor a tarifa. A concessionária EPR Via Mineira, vencedora do leilão realizado em abril, passa a ser responsável por um trecho menor em relação à concessionária anterior, a Via 040 que deixou definitivamente a administração nesta semana.

A nova licitação prevê a concessão por 30 anos de um trecho de 232 quilômetros entre Belo Horizonte, no KM 544 - cruzamento com o anel rodoviário -, e Juiz de Fora, cidade na Zona da Mata. O outro trecho da BR-040, do anel rodoviário até Brasília, ficará sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) sem a cobrança de pedágio. Um novo leilão para essa parte da estrada está programado para o dia 26 de setembro.

Posto de atendimento da EPR Via Mineira na BR-040 — Foto: Divulgação/EPR Via Mineira

O novo preço do pedágio entre BH e Juiz de Fora foi acordado para “garantir o equilíbrio financeiro”, motivo pelo qual a concessionária anterior decidiu devolver a rodovia. A alegação é que a situação anterior se tornou inviável. O diretor executivo da EPR Via Mineira, Eric de Almeida, reconhece que o usuário não vê com bons olhos o aumento do pedágio em uma estrada que não tem melhorias há anos, mas garante que há um cronograma de obras.

“Hoje temos pontos críticos na rodovia. Nos próximos cem dias vamos melhorar a pavimentação ajustando toda a parte de sinalizações em curvas que estão ruins. Esse trabalho será feito no período noturno para não comprometer o tráfego. 

Terminando a fase de elaboração de projetos e as fases de liberações ambientais e desapropriações, que gira em torno de um ano e meio a dois anos, a gente começa o cumprimento das obrigações de ampliação de capacidade para as primeiras entregas conforme o contrato ocorrerem no terceiro ano de concessão”, explica Eric de Almeida.

No primeiro ano de concessão estão previstos trabalhos de melhoria no pavimento, com fresagens em pontos críticos, roçada e ajustes na sinalização vertical e horizontal. A partir do segundo ano de concessão, a rodovia deve receber obras de recuperação. Entre o terceiro e sétimo ano de trabalho estão previstos investimentos de melhoria e ampliação da capacidade. 

Apesar das obras estarem concentradas grande parte nos primeiros sete anos do projeto, a receita para remunerar os investimentos e os custos operacionais, segundo a empresa, está distribuída ao longo dos 30 anos da concessão. O investimento estimado é de R$ 8,7 bilhões, sendo R$ 5,2 bilhões em duplicação de 164 km, 42 km de faixas adicionais, correções de traçado, retornos e passarelas.

Um dos pontos de maior reclamação dos usuários é entre a capital mineira e a cidade de Congonhas, na região central de Minas, onde há intensa circulação de caminhões carregados com minério de ferro. O peso desses veículos danifica principalmente a faixa da direita, que se tornou muito irregular. A nova concessionária promete uma pavimentação diferenciada que suporte o transporte de cargas.

“Vamos mitigar todas essas situações em relação a inconformidades no pavimento e pontos que podem trazer uma insegurança para os usuários, em especial nas faixas da direita. Estamos trazendo tecnologias em relação ao que era feito anteriormente com aplicação de asfalto borracha. Esse material possui uma elasticidade maior que comporta melhor esse esforço que vem de todos os tipos de caminhões, não só o caminhão de minério. Também vamos utilizar uma tecnologia de reaproveitamento do material que será tirado do asfalto”, diz o diretor executivo da EPR Via Mineira.

Os canais de comunicação com o usuário ainda estão sendo criados. A intenção é alimentar as redes sociais da concessionária com informações sobre obras e situação do tráfego. Por enquanto, o atendimento é feito apenas pelo telefone 0800 00 31 040.


Fonte: O GLOBO

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