Porto Velho, Rondônia - A Iguá deu início ao plano de criar novas áreas de manguezais em lagoas da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. A iniciativa é parte do projeto de revitalização que, orçado em R$ 250 milhões, é uma das obrigações do contrato de concessão no leilão da Cedae.
Hoje controlada pelos fundos canadenses CPP e AIMCo, a Iguá venceu, em 2021, o leilão para o Bloco 2 da Cedae. No ano seguinte, assumiu a distribuição de água e a coleta de esgoto em diversos bairros das regiões de Barra e Jacarepaguá, na capital, e nos municípios de Miguel Pereira e Paty do Alferes.
A principal contrapartida ambiental do contrato é a dragagem do complexo lagunar de Barra e Jacarepaguá. O projeto — cujo objetivo é aumentar o volume de águas que entram nas lagoas — começou em abril e deve terminar em 2027. Ao todo, a Iguá terá que remover 2,3 milhões de metros cúbicos de lodo e sedimentos finos, o suficiente para preencher mil piscinas olímpicas.
Quase todo esse sedimento será usado para “tapar” cavidades feitas nas lagoas pela indústria de construção civil — as maiores ficam na Lagoa da Tijuca, nas imediações do condomínio Península. Mas 5% já estão sendo destinados para a criação de novas áreas de manguezais.
A revitalização dos manguezais está orçada em R$ 40 milhões — parte daqueles R$ 250 milhões — e prevê a criação de 350 mil metros quadrados de vegetação. O plano é plantar ao todo 240 mil mudas de espécies como mangue-vermelho. Segundo a Iguá, o biólogo Mário Moscatelli — um dos mais vocais defensores dos biomas cariocas — é parceiro do projeto, que calcula ser capaz de neutralizar a emissão de 36 mil toneladas de dióxido de carbono, um dos gases do efeito estufa.
— Os manguezais têm o benefício de recuperar fauna e flora e funcionam como mata ciliar. Nosso projeto para eles corre em paralelo ao plano de dragagem e vai se concentrar nas lagoas do Camorim e Tijuca, próximas às comunidades de Rio das Pedras e Muzema. Lá atrás, já começamos a retirada de lixo e a plantar parte das mudas. Agora, vamos acelerar esse processo de plantio para criação de novas áreas — conta Lucas Arrosti, diretor de operações da Iguá Rio.
Fonte: O GLOBO
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