Na hemodiálise tradicional, a máquina funciona como um rim artificial
Porto Velho, RO - Como alternativa para reduzir a dependência de equipamentos hospitalares e permitir que o tratamento seja realizado em casa. O Governo de Rondônia implementou a diálise peritoneal, mais de 40 pacientes renais em Rondônia já estão utilizando o novo procedimento, que é realizado através de uma pequena abertura na parede abdominal, por meio de um cateter, onde é feito a infusão e drenagem para substituição da função renal. Após esse processo, o paciente fica sendo acompanhado em um centro de diálise de referência, apenas uma vez ao mês para exames e consultas.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), a diálise peritoneal é uma terapia menos invasiva, pois não utiliza acesso ao vaso sanguíneo. Este método exige que o paciente tenha uma boa noção de autocuidado, especialmente com a higiene, já que ele próprio manuseia o equipamento. Apesar de simples e prático, a manutenção requer responsabilidade.
Diferente do que acontece na hemodiálise tradicional, que filtra e purifica o sangue dos pacientes com insuficiência renal, através de uma máquina que funciona como um rim artificial, a diálise peritoneal utiliza um acesso vascular como uma fístula ou enxerto, para conectar à máquina. Nesse método, o sangue é retirado do corpo, filtrado para remover resíduos e excesso de líquidos, e depois devolvido ao corpo. As sessões geralmente duram de 3 a 5 horas e ocorrem três vezes por semana.
De acordo com o diretor do Centro de Diálise Madeira Mamoré (CDMM), Gilmar Meireles, mais de 40 pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de Rondônia estão utilizando esse mecanismo. “Estamos em fase de adaptação, testando e verificando quais as dúvidas mais frequentes dos pacientes, dificuldades e evolução”, explicou.
O atendimento acontece por meio da regulação do estado para pacientes renais crônicos sob a indicação de profissionais de saúde de acordo com o perfil clínico. O paciente possui três opções de intervenção: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a oferta de diálise peritoneal será ampliada, pois é um tratamento menos invasivo e com inúmeros benefícios para os pacientes.
A doença renal crônica é caracterizada pela perda lenta e progressiva da função dos rins ao longo de meses ou anos, sendo irreversível e atingindo milhões de pessoas, em todo o mundo. Já a doença renal aguda é causada por fatores como acidentes, desidratação, insuficiência cardíaca grave, sepse, diabetes, hipertensão e intoxicação, podendo ser revertida com terapia adequada.
SERVIÇO
O Centro de Diálise Madeira Mamoré (CDMM), antiga Central de Diálise de Agudos de Rondônia, anexo ao Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro (HBAP), em Porto Velho, atua na recuperação de pacientes renais agudos, sendo eles de leitos clínicos ou de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Os pacientes clínicos são conduzidos pelo serviço de transporte inter-hospitalar, e pacientes de UTI recebem equipes por meio da terapia “beira-leito”, onde a equipe do CDMM vai até as residências do paciente.
São alcançados com esse atendimento, além do Hospital de Base, as unidades como o Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), Hospital e Pronto Socorro João Paulo II, Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD) e Assistência Médica Intensiva (AMI).
Conforme o secretário da Sesau, Jefferson Rocha, com essa oferta de terapia renal na modalidade peritoneal, os pacientes terão maior qualidade de vida, sem necessidade de ir aos centros de hemodiálise e passar três ou quatro horas na máquina de hemodiálise.
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