Na semana passada, o comunicado foi mais duro mas sem indicar alta, o que veio na ata
Porto Velho, Rondônia - “O Banco Central não se furtará ao seu compromisso com o atingimento da meta”, escreveu o Copom na ata divulgada agora cedo. Isso no item 15. No 13 e no 14, o BC falou dos riscos fiscais. E no 16, ele disse que se as expectativas de inflação continuarem subindo isso será incorporado pelo comitê. A soma desses sinais é o que o mercado estava esperando.
No comunicado da semana passada houve um tom mais duro, e sumiu a expressão de que era uma interrupção do ciclo de queda. Mas vários economistas disseram que faltava avisar que se tudo piorasse, fiscal e câmbio, o Copom não hesitaria em subir taxa. E isso está dito no texto divulgado nesta terça-feira. O economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, acha que o BC deu o sinal, mas foi ao mesmo tempo cauteloso.
— O Banco Central mostrou disposição em aumentar juros, o que é importante para construir credibilidade, mas indicou que nesse momento ele prefere esperar para ter mais informações e avaliar se a taxa atual, se a estratégia de manter os juros atuais é suficiente para reancorar as expectativas e fazer a inflação convergir. Então ele está esperando mais informações antes de agir. A disposição é de alta de juros, mas ele vai esperar mais informações.
— O Banco Central mostrou disposição em aumentar juros, o que é importante para construir credibilidade, mas indicou que nesse momento ele prefere esperar para ter mais informações e avaliar se a taxa atual, se a estratégia de manter os juros atuais é suficiente para reancorar as expectativas e fazer a inflação convergir. Então ele está esperando mais informações antes de agir. A disposição é de alta de juros, mas ele vai esperar mais informações.
Isso faz sentido na minha leitura porque a gente está tendo aí um quadro de instabilidade financeira aparentemente temporária no mundo e, portanto, você tem uma clareza menor sobre comportamento de preço de commodities e principalmente câmbio, variáveis centrais que podem afetar mais ou menos a reancoragem das expectativas.
O Banco Central está aguardando mais informações sobre o cenário global, mas com a situação atual, vê espaço para alta de juros caso seja necessário. É uma postura cautelosa, responsável, que eu acho que tende a cair bem no mercado — diz Padovani.
No item 25, o Copom foi mais explícito, disse avaliará “de um lado a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficiente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante”, de outro lado, o Comitê "unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado".
O economista Étore Sanchez, a Ativa Investimentos, diz que "sem sombra de dúvidas, o 25º parágrafo é a grande novidade. É evidente que o BC endossou a decisão de manter o juro estável na última reunião, mas trouxe para a mesa a possibilidade de elevar o juro muito em breve." Ele pondera que o comitê atenua "a perspectiva de elevação do juro com os dizeres sobre a estratégia de manter a taxa Selic por tempo suficientemente longo em 10,50%, ou elevar o juro, podendo cortá-lo antes do que na primeira estratégia".
Fonte: O GLOBO
No item 25, o Copom foi mais explícito, disse avaliará “de um lado a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficiente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante”, de outro lado, o Comitê "unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado".
O economista Étore Sanchez, a Ativa Investimentos, diz que "sem sombra de dúvidas, o 25º parágrafo é a grande novidade. É evidente que o BC endossou a decisão de manter o juro estável na última reunião, mas trouxe para a mesa a possibilidade de elevar o juro muito em breve." Ele pondera que o comitê atenua "a perspectiva de elevação do juro com os dizeres sobre a estratégia de manter a taxa Selic por tempo suficientemente longo em 10,50%, ou elevar o juro, podendo cortá-lo antes do que na primeira estratégia".
Fonte: O GLOBO
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Economia