Republicano tem citado o personagem com frequência nos últimos meses em comícios eleitorais ao falar sobre imigrantes sem documentos nos EUA
Porto Velho, Rondônia - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump usou seu comício na Carolina do Norte nesta quarta-feira para criticar a vice-presidente Kamala Harris, a presumível candidata do Partido Democrata; para condenar os esforços do presidente Joe Biden para lidar com as mudanças climáticas e – de maneira mais desconexa – para fazer referências ao personagem fictício Hannibal Lecter.
— Eles (os imigrantes) estão vindo de todos os lugares. Estão vindo de todo o mundo, de prisões e cadeias, e instituições mentais e manicômios. Eles enlouquecem quando eu digo ‘o falecido grande Hannibal Lecter’. Eles dizem: ‘por que ele mencionaria Hannibal Lecter? Ele deve estar com problemas cognitivos’. Não, não, estas são histórias reais. Hannibal Lecter de O Silêncio dos Inocentes. Ele é um homem adorável. Ele adoraria te ter para jantar — disse Trump nesta quarta-feira.
Esta não foi a primeira vez que o republicano falou algo do tipo. Na semana passada, ele mais uma vez comparou imigrantes sem documentos a Hannibal Lector. E, antes disso, ele também já havia feito outras citações semelhantes. Conforme publicado pelo Guardian, o personagem tornou-se uma parte tão frequente na campanha de Trump quanto o poema The Snake (A Cobra) nas eleições de 2016 (na época, uma analogia aos crimes cometidos por imigrantes ilegais).
O inglês Anthony Hopkins ganhou Oscar de Melhor Ator em 1992 por sua interpretação do psicopata Hannibal Lecter no filme O Silêncio dos Inocentes — Foto: Divulgação
Em maio, durante um discurso em Nova Jersey, Trump mais uma vez referiu-se a Lecter como “um homem maravilhoso” e citou seu aforismo sobre ter um amigo “para jantar”. Ele questionou se a plateia já tinha visto o filme O Silêncio dos Inocentes – e parabenizou o “falecido Lecter”. Na ocasião, republicano mencionou o personagem para defender a ideia de que a criminalidade está fora de controle nos EUA.
Vencedor de Oscar de Melhor Ator em 1992 por sua atuação no filme, o inglês Anthony Hopkins, de 84 anos, disse na semana passada que ficou “chocado e horrorizado” pelas citações do ex-presidente. Sem uma motivação clara para a “obsessão” do republicano pela referência, nos últimos dias usuários nas redes sociais passaram a criar teorias para tentar explicar a razão pela qual Trump tem repetido o discurso.
Trump teria confundido os termos
Ainda segundo o Guardian, um perfil no TikTok avaliou que Trump só evoca o personagem publicamente quando discursa sobre imigrantes – que, muitas vezes, buscam asilo (‘asylum seeker’, em inglês). Hannibal Lecter, por outro lado, é visto pela primeira vez no filme em um manicômio (‘mental asylum’). A primeira teoria é a de que Trump acredita que a palavra “asilo” tem apenas um significado, e que todos os que buscam asilo são, automaticamente e por definição, “insanos”.
Trump acha que Lecter é uma pessoa real?
A segunda teoria, conforme o jornal britânico, é a de que o ex-presidente dos EUA acredita que Hannibal Lecter realmente existiu. Isso porque o uso repetido do termo “o falecido” e “o grande” para se referir a Lecter abre margem para interpretar que Trump pensa no personagem como uma figura real. Não bastasse isso, o Guardian também chamou a atenção para o fato de que Lecter não está “realmente morto”.
“Ele permaneceu vivo em todos os prelúdios de O Silêncio dos Inocentes, e mesmo que o episódio final do programa de TV tenha terminado com Lecter caindo de um penhasco no mar, seu destino foi deixado deliberadamente vago”, escreveu Stuart Heritage.
É só uma piada
Uma vez que Trump nunca menciona Lecter sem dizer algo como “Ele adoraria te ter para jantar”, outros usuários nas redes sociais pontuaram que esta poderia ser apenas uma piada – ainda que, na visão desses internautas, seja uma piada velha e sem originalidade.
Apenas uma distração
Outra hipótese levantada é a de que as falas façam parte de uma “distração” calculada (afinal, ao falar sobre assunto e ganhar espaço nos jornais, outros tópicos como o Projeto 2025, um conjunto de propostas políticas conservadoras para uma possível nova administração republicana, passam “em branco” para o público geral).
(Com New York Times)
Fonte: O GLOBO
Porto Velho, Rondônia - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump usou seu comício na Carolina do Norte nesta quarta-feira para criticar a vice-presidente Kamala Harris, a presumível candidata do Partido Democrata; para condenar os esforços do presidente Joe Biden para lidar com as mudanças climáticas e – de maneira mais desconexa – para fazer referências ao personagem fictício Hannibal Lecter.
— Eles (os imigrantes) estão vindo de todos os lugares. Estão vindo de todo o mundo, de prisões e cadeias, e instituições mentais e manicômios. Eles enlouquecem quando eu digo ‘o falecido grande Hannibal Lecter’. Eles dizem: ‘por que ele mencionaria Hannibal Lecter? Ele deve estar com problemas cognitivos’. Não, não, estas são histórias reais. Hannibal Lecter de O Silêncio dos Inocentes. Ele é um homem adorável. Ele adoraria te ter para jantar — disse Trump nesta quarta-feira.
Esta não foi a primeira vez que o republicano falou algo do tipo. Na semana passada, ele mais uma vez comparou imigrantes sem documentos a Hannibal Lector. E, antes disso, ele também já havia feito outras citações semelhantes. Conforme publicado pelo Guardian, o personagem tornou-se uma parte tão frequente na campanha de Trump quanto o poema The Snake (A Cobra) nas eleições de 2016 (na época, uma analogia aos crimes cometidos por imigrantes ilegais).
O inglês Anthony Hopkins ganhou Oscar de Melhor Ator em 1992 por sua interpretação do psicopata Hannibal Lecter no filme O Silêncio dos Inocentes — Foto: Divulgação
Em maio, durante um discurso em Nova Jersey, Trump mais uma vez referiu-se a Lecter como “um homem maravilhoso” e citou seu aforismo sobre ter um amigo “para jantar”. Ele questionou se a plateia já tinha visto o filme O Silêncio dos Inocentes – e parabenizou o “falecido Lecter”. Na ocasião, republicano mencionou o personagem para defender a ideia de que a criminalidade está fora de controle nos EUA.
Vencedor de Oscar de Melhor Ator em 1992 por sua atuação no filme, o inglês Anthony Hopkins, de 84 anos, disse na semana passada que ficou “chocado e horrorizado” pelas citações do ex-presidente. Sem uma motivação clara para a “obsessão” do republicano pela referência, nos últimos dias usuários nas redes sociais passaram a criar teorias para tentar explicar a razão pela qual Trump tem repetido o discurso.
Trump teria confundido os termos
Ainda segundo o Guardian, um perfil no TikTok avaliou que Trump só evoca o personagem publicamente quando discursa sobre imigrantes – que, muitas vezes, buscam asilo (‘asylum seeker’, em inglês). Hannibal Lecter, por outro lado, é visto pela primeira vez no filme em um manicômio (‘mental asylum’). A primeira teoria é a de que Trump acredita que a palavra “asilo” tem apenas um significado, e que todos os que buscam asilo são, automaticamente e por definição, “insanos”.
Trump acha que Lecter é uma pessoa real?
A segunda teoria, conforme o jornal britânico, é a de que o ex-presidente dos EUA acredita que Hannibal Lecter realmente existiu. Isso porque o uso repetido do termo “o falecido” e “o grande” para se referir a Lecter abre margem para interpretar que Trump pensa no personagem como uma figura real. Não bastasse isso, o Guardian também chamou a atenção para o fato de que Lecter não está “realmente morto”.
“Ele permaneceu vivo em todos os prelúdios de O Silêncio dos Inocentes, e mesmo que o episódio final do programa de TV tenha terminado com Lecter caindo de um penhasco no mar, seu destino foi deixado deliberadamente vago”, escreveu Stuart Heritage.
É só uma piada
Uma vez que Trump nunca menciona Lecter sem dizer algo como “Ele adoraria te ter para jantar”, outros usuários nas redes sociais pontuaram que esta poderia ser apenas uma piada – ainda que, na visão desses internautas, seja uma piada velha e sem originalidade.
Apenas uma distração
Outra hipótese levantada é a de que as falas façam parte de uma “distração” calculada (afinal, ao falar sobre assunto e ganhar espaço nos jornais, outros tópicos como o Projeto 2025, um conjunto de propostas políticas conservadoras para uma possível nova administração republicana, passam “em branco” para o público geral).
(Com New York Times)
Fonte: O GLOBO
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Mundo