Porto Velho, Rondônia - Região de São Paulo que mais ganhou moradores na última década, segundo o IBGE, a Barra Funda começa a dar sinais de que é capaz de voltar a atrair empresas. Após o baque da pandemia, o bairro viu o preço de seus escritórios corporativos subir ao maior valor desde o fim de 2019, enquanto o espaço vazio nos prédios comerciais é o menor em mais de um ano, de acordo com levantamento da consultoria Binswanger para o segundo trimestre.
Localizada entre a Zona Oeste e o Centro de São Paulo, a Barra Funda foi um polo industrial durante grande parte do século passado, até que mudanças na matriz econômica da cidade impuseram a busca de uma nova vocação. Nas últimas décadas, galpões industriais deram lugar a condomínios residenciais e lajes corporativas, atraídos pelo baixo custo e pela infraestrutura de transportes — o Terminal Intermodal Barra Funda é um dos principais da cidade.
Entre 2010 e 2019, o estoque de escritórios da região mais do que quintuplicou (456%), passando de 35 mil metros quadrados para 197 mil metros quadrados, segundo a Binswanger. Mas a oferta recorde encontrou o choque da pandemia, que fez com que as devoluções disparassem. O preço pedido por metro quadrado caiu para o menor valor já registrado em 2022, a R$ 68,38 — 15% abaixo do pré-pandemia, em valores nominais.
Dois anos depois, o aquecimento na demanda por escritórios nas regiões mais nobres da cidade — como a Faria Lima, onde o espaço vago praticamente inexiste hoje — vem ajudando a impulsionar a procura por escritórios em regiões menos valorizadas.
“Tem havido mais demanda por espaços corporativos na região, diante da baixa oferta nos mercados prioritários da capital paulista nos últimos trimestres, aliada a valores mais competitivos na Barra Funda em relação a outras regiões da cidade”, diz a Binswanger no estudo. “De abril a junho, o preço médio pedido por metro quadrado de empreendimentos comerciais da Barra Funda ficou em R$ 72,32. Isso representa aumento de 5,3% na comparação anual e alta de 0,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024.”
Caminho longo
Mas o caminho da recuperação ainda é longo. O valor ainda está abaixo do registrado no pré-pandemia, sobretudo quando se considera a inflação do período. A vacância dos escritórios da Barra Funda também continua elevada, em 39%, embora fosse de 46% um ano antes.
Parte da explicação se deve, porém, a um bom motivo: a região continua ganhando novos prédios comerciais. O estoque de lajes corporativas está hoje em 310 mil metros quadrados, 57% mais que em 2019. Em plena depressão pandêmica, por exemplo, foi inaugurado o Led Corporate, cuja torre possui 29,4 mil metros quadrados de lajes corporativas. Tanta oferta pune a região — e os empreendimentos — com vacância alta.
“No fim do segundo trimestre, a vacância do Led Corporate correspondia a 86%. No empreendimento Brasília Office Square – erguido no terreno onde funcionou o Playcenter –, um dos edifícios tem 70,4% de áreas vagas, enquanto o outro tem 80,6% do total desocupado”, acrescentou a Binswanger no estudo. “Na região, os edifícios corporativos mais recentes chegaram ao mercado no segundo trimestre de 2023. Estão previstas mais duas torres do Ebpark, que vão representar um incremento de 45 mil metros quadrados de área.”
Fonte: O GLOBO
Tags:
Economia