Principal opositora do presidente venezuelano disse que carros usados por ela e sua equipe tiveram mangueira dos freios cortada por 'agentes do regime'
Porto Velho, Rondônia - Um dia após a líder opositora venezuelana María Corina Machado ter denunciado que seu chefe de segurança foi detido e que o paradeiro dele é desconhecido, ela declarou nesta quinta-feira que foi vítima de um atentado durante a madrugada. Em vídeo publicado nas redes sociais, a ativista afirmou que os veículos utilizados por ela e sua equipe na turnê de campanha foram “vandalizados” e tiveram a mangueira dos freios cortada por “agentes do regime”.
— Esta madrugada cometeram um atentado contra mim e minha equipe em Barquisimeto, estado Lara. Nossos carros foram vandalizados e cortaram a mangueira dos freios. Agentes do regime [de Maduro] nos seguiram desde Portuguesa e cercaram a urbanização onde pernoitamos. A campanha de Maduro é a violência e ele é responsável por qualquer dano à nossa integridade física. Não nos deterão — disse ela.
Pouco depois da denúncia de María Corina, o diplomata Edmundo González Urrutia, candidato de consenso da oposição para enfrentar Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho, disse que “a comunidade internacional não pode ficar à margem frente a esses fatos”. Nas redes sociais, ele afirmou que esses atos “atentam contra o desenvolvimento do processo eleitoral”.
Nesta quarta, María Corina publicou no X que Milciades Ávila, que faz parte de sua equipe de segurança há cerca de 10 anos, “foi sequestrado pelo regime” na madrugada, “acusado de violência de gênero contra algumas mulheres que, no último sábado, tentaram nos agredir, a Edmundo e a mim, em La Encrucijada”, um trecho da rodovia que liga Caracas à cidade central de Valência. “Há dezenas de testemunhas e vídeos que demonstram que esse ato foi uma provocação planejada para nos deixar sem proteção a 11 dias das eleições”, continuou.
O incidente ocorreu num restaurante em que María Corina e González se preparavam para comer após terem participado de uma concentração eleitoral na cidade de Valência. “Ávila me acompanhou por todo o país e arriscou sua vida para me defender”, relatou a líder opositora. “Alerto o mundo sobre a escalada de repressão de Maduro contra aqueles que trabalham na campanha ou nos ajudam em qualquer parte do país”.
Em junho, um relatório da ONG Acesso à Justiça indicou que a Venezuela registrou 46 detenções arbitrárias apenas este ano, sendo a maioria contra ativistas opositores e comerciantes. Motivadas por questões políticas, as prisões ocorreram em meio à campanha pelas eleições presidenciais do país. De acordo com o documento, em 82% dos casos foram empregados desaparecimentos forçados de curta duração.
Das 46 detenções, 18 são de militantes do partido Vem Venezuela, da líder opositora María Corina Machado, que venceu as primárias da oposição com mais de 90% dos votos, mas foi inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos. Mesmo inapta a concorrer, ela é o rosto da campanha de Edmundo González Urrutia, seu representante na cédula eleitoral para enfrentar o presidente Nicolás Maduro.
Maduro fala em ‘banho de sangue’
Em meio a preocupações sobre a legitimidade das eleições venezuelanas, Maduro disse em comício nesta quarta que o país pode enfrentar um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso ele não seja reeleito. Em declaração aos apoiadores, ele afirmou que “o destino da Venezuela depende da nossa vitória” e que, se não quiserem que o país “caia em um banho de sangue, numa guerra civil fratricida, produto dos fascistas, devemos garantir a maior vitória da História eleitoral do nosso povo”.
Edmundo González, candidato da chamada Plataforma Unitária Democrática (PUD), e Maduro, no poder há mais de dez anos, são os que têm maior probabilidade de vencer as eleições. Para os outros oito candidatos, as chances são remotas — e muitos deles representam organizações políticas próximas ao governo, segundo analistas. O diplomata de 74 anos substituiu a candidatura de María Corina após sua inabilitação para exercer cargos públicos.
Conforme publicado pela AP, a inabilitação política na Venezuela é aplicada quando existe uma sentença judicial definitiva por um ato punível, quando se determina que uma pessoa cometeu abuso de poder ou outros casos. Esses preceitos legais, no entanto, não são cumpridos no caso de María Corina, e críticos denunciam que o recurso tem sido utilizado por anos como arma política no país.
Ainda de acordo com a AP, Perkins Rocha, integrante da equipe jurídica da campanha de González, denunciou no fim de semana que pelo menos oito pessoas vinculadas à oposição foram detidas entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, incluindo a dona e dois ajudantes do caminhão que María Corina e Edmundo González usaram no percurso de sábado pelas ruas de Valência. (Com El País)
Fonte: O GLOBO
Porto Velho, Rondônia - Um dia após a líder opositora venezuelana María Corina Machado ter denunciado que seu chefe de segurança foi detido e que o paradeiro dele é desconhecido, ela declarou nesta quinta-feira que foi vítima de um atentado durante a madrugada. Em vídeo publicado nas redes sociais, a ativista afirmou que os veículos utilizados por ela e sua equipe na turnê de campanha foram “vandalizados” e tiveram a mangueira dos freios cortada por “agentes do regime”.
— Esta madrugada cometeram um atentado contra mim e minha equipe em Barquisimeto, estado Lara. Nossos carros foram vandalizados e cortaram a mangueira dos freios. Agentes do regime [de Maduro] nos seguiram desde Portuguesa e cercaram a urbanização onde pernoitamos. A campanha de Maduro é a violência e ele é responsável por qualquer dano à nossa integridade física. Não nos deterão — disse ela.
Pouco depois da denúncia de María Corina, o diplomata Edmundo González Urrutia, candidato de consenso da oposição para enfrentar Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho, disse que “a comunidade internacional não pode ficar à margem frente a esses fatos”. Nas redes sociais, ele afirmou que esses atos “atentam contra o desenvolvimento do processo eleitoral”.
Nesta quarta, María Corina publicou no X que Milciades Ávila, que faz parte de sua equipe de segurança há cerca de 10 anos, “foi sequestrado pelo regime” na madrugada, “acusado de violência de gênero contra algumas mulheres que, no último sábado, tentaram nos agredir, a Edmundo e a mim, em La Encrucijada”, um trecho da rodovia que liga Caracas à cidade central de Valência. “Há dezenas de testemunhas e vídeos que demonstram que esse ato foi uma provocação planejada para nos deixar sem proteção a 11 dias das eleições”, continuou.
O incidente ocorreu num restaurante em que María Corina e González se preparavam para comer após terem participado de uma concentração eleitoral na cidade de Valência. “Ávila me acompanhou por todo o país e arriscou sua vida para me defender”, relatou a líder opositora. “Alerto o mundo sobre a escalada de repressão de Maduro contra aqueles que trabalham na campanha ou nos ajudam em qualquer parte do país”.
Em junho, um relatório da ONG Acesso à Justiça indicou que a Venezuela registrou 46 detenções arbitrárias apenas este ano, sendo a maioria contra ativistas opositores e comerciantes. Motivadas por questões políticas, as prisões ocorreram em meio à campanha pelas eleições presidenciais do país. De acordo com o documento, em 82% dos casos foram empregados desaparecimentos forçados de curta duração.
Das 46 detenções, 18 são de militantes do partido Vem Venezuela, da líder opositora María Corina Machado, que venceu as primárias da oposição com mais de 90% dos votos, mas foi inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos. Mesmo inapta a concorrer, ela é o rosto da campanha de Edmundo González Urrutia, seu representante na cédula eleitoral para enfrentar o presidente Nicolás Maduro.
Maduro fala em ‘banho de sangue’
Em meio a preocupações sobre a legitimidade das eleições venezuelanas, Maduro disse em comício nesta quarta que o país pode enfrentar um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso ele não seja reeleito. Em declaração aos apoiadores, ele afirmou que “o destino da Venezuela depende da nossa vitória” e que, se não quiserem que o país “caia em um banho de sangue, numa guerra civil fratricida, produto dos fascistas, devemos garantir a maior vitória da História eleitoral do nosso povo”.
Edmundo González, candidato da chamada Plataforma Unitária Democrática (PUD), e Maduro, no poder há mais de dez anos, são os que têm maior probabilidade de vencer as eleições. Para os outros oito candidatos, as chances são remotas — e muitos deles representam organizações políticas próximas ao governo, segundo analistas. O diplomata de 74 anos substituiu a candidatura de María Corina após sua inabilitação para exercer cargos públicos.
Conforme publicado pela AP, a inabilitação política na Venezuela é aplicada quando existe uma sentença judicial definitiva por um ato punível, quando se determina que uma pessoa cometeu abuso de poder ou outros casos. Esses preceitos legais, no entanto, não são cumpridos no caso de María Corina, e críticos denunciam que o recurso tem sido utilizado por anos como arma política no país.
Ainda de acordo com a AP, Perkins Rocha, integrante da equipe jurídica da campanha de González, denunciou no fim de semana que pelo menos oito pessoas vinculadas à oposição foram detidas entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, incluindo a dona e dois ajudantes do caminhão que María Corina e Edmundo González usaram no percurso de sábado pelas ruas de Valência. (Com El País)
Fonte: O GLOBO
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