Hezbollah lança mais de 200 foguetes e drones contra Israel após morte de comandante do grupo

Hezbollah lança mais de 200 foguetes e drones contra Israel após morte de comandante do grupo

Na quarta, grupo libanês disse ter disparado 100 foguetes contra duas bases israelenses; em resposta, Tel Aviv atingiu cidades no sul do Líbano, e ao menos uma pessoa morreu

Porto Velho, Rondônia - O grupo xiita libanês Hezbollah afirmou nesta quinta-feira ter lançado mais de 200 foguetes e drones contra posições militares israelenses. O ataque, um dos maiores no conflito travado na fronteira Líbano-Israel desde outubro, ocorreu em resposta a um bombardeio lançado por Tel Aviv que provocou a morte de um comandante do grupo.

Na quarta, o Hezbollah disse ter disparado 100 foguetes Katyusha contra duas bases nas Colinas de Golã, território sírio anexado por Israel em 1967. O Exército israelense disse que “numerosos projéteis e alvos aéreos suspeitos” entraram em seu território vindos do Líbano, muitos dos quais foram interceptados. Não houve relatos de vítimas. 

Após a investida, Israel atingiu várias cidades no sul do Líbano, um ataque que teria sido direcionado às estruturas militares do Hezbollah nas áreas fronteiriças. A Agência Nacional de Notícias, controlada pelo Estado libanês, disse que a ofensiva de drone israelense matou ao menos uma pessoa.

Nesta quarta-feira, Israel assumiu ter matado Mohammad Naameh Nasser, líder de uma das três divisões regionais do Hezbollah no sul libanês. Também conhecido como “Hajj Abu Naameh”, ele participou de batalhas em conflitos na Síria e no Iraque de 2011 até 2016, e lutou na última guerra do grupo com Israel, em 2006. Segundo as Forças Armadas israelenses, Nasser seria o equivalente a Taleb Abdallah, um dos principais comandantes do Hezbollah, morto por Israel em junho.

Com sua morte, portanto, Nasser passa a ser o segundo comandante do grupo xiita a ser morto em menos de um mês. Uma fonte próxima ao Hezbollah disse à AFP que Nasser foi o terceiro líder sênior do grupo morto em quase nove meses de hostilidades. Em janeiro, uma fonte de segurança havia afirmado que um ataque israelense matou Wissam Hassan Tawil, outro importante membro do grupo.

Após a ofensiva do Hezbollah nesta quarta-feira, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que os tanques do Exército israelense que saem de Rafah, cidade no extremo sul do enclave palestino, também “podem chegar até Litani”, uma referência a um rio libanês próximo à fronteira entre os dois países. Segundo comentários citados pelo jornal israelense Times of Israel, Gallant teria dito que prefere “um acordo”, mas que, “se a realidade nos forçar, saberemos como lutar”.

Os ataques em ambos os lados da fronteira causaram ao menos 494 mortos no Líbano em oito meses, a maioria combatentes, mas também 94 civis, segundo contagem da AFP baseada em dados do movimento xiita e de fontes oficiais libanesas. Do lado israelense, 15 soldados e 11 civis morreram, de acordo com as autoridades. Dezenas de milhares de habitantes dos dois lados foram deslocados por causa dos combates.

Escalada do conflito

O conflito mais recente entre Israel e o Hezbollah eclodiu logo após o início da guerra em Gaza. O movimento xiita afirma realizar as ofensivas em solidariedade ao grupo terrorista Hamas, que iniciou a guerra em Gaza depois de realizar um ataque sem precedentes no sul israelense em outubro. A liderança do grupo libanês diz que vai parar de atacar Tel Aviv assim que houver um cessar-fogo em Gaza – e que, embora não deseje iniciar uma guerra com o Estado judeu, está pronta para uma.

Autoridades militares de Israel, por outro lado, afirmam que uma guerra poderá ocorrer no Líbano caso os esforços da diplomacia falharem. Segundo a AP, Israel vê o Hezbollah como sua ameaça mais direta na região e estima que o grupo, apoiado pelo Irã, tenha um arsenal de 150 mil foguetes e mísseis, incluindo mísseis guiados com precisão.

Efetivos militares de Israel, Irã, Hamas e Hezbollah — Foto: Editoria de Arte

O temor de que a violência, até agora restrita em grande parte à região da fronteira líbano-israelense, possa se transformar em uma guerra total provocou uma enxurrada de esforços diplomáticos para diminuir as tensões – e firmar um acordo que não está vinculado à guerra na Faixa de Gaza. Na terça-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que evitasse uma “conflagração” entre Israel e o Hezbollah.

(Em atualização)


Fonte: O GLOBO

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