Em Minas, ex-presidente da Câmara de BH é denunciado por agressão a ex-mulher

Em Minas, ex-presidente da Câmara de BH é denunciado por agressão a ex-mulher

Em nota, Wellington Magalhães nega as acusações e lamenta exposição pública dos fatos

Porto Velho, Rondônia - Ex-presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, Wellington Magalhães foi denunciado pela ex-mulher, a empresária Kelly Maciel Pinto, por agressão e ameaça. Segundo a perícia da Polícia Civil, as marcas roxas pelo seu corpo confirmam que ela teve a integridade física ameaçada. Ele nega as acusações.

Casados por dez anos, eles estavam separados há seis, desde que foram presos, em 2018, sob a acusação de estarem envolvidos em um esquema milionário de desvio de dinheiro público. No entanto, Kelly diz ter voltado para a casa do ex em setembro do ano passado, em meio a problemas financeiros, e relata ter vivido "dias de horrores" ao retomar o convívio com Magalhães.

Segundo ela, as discussões ficaram mais constantes e violentas depois que ela assumiu um novo relacionamento. A briga que a fez prestar queixa, em abril deste ano, teria sido motivada, inclusive, pelo fato de o namorado ter andado em um carro alugado pelo ex-vereador.

— Ele veio para cima de mim e me deu um soco no braço, onde ficou muito roxo, e me empurrou várias vezes contra a parede. Além de me ameaçar e me chamar de vários nomes — disse Kelly em entrevista à Record TV.

Após o episódio, ela registrou um boletim de ocorrência e foi submetida a um exame de corpo de delito. No laudo da Polícia Civil, obtido pelo GLOBO, os peritos confirmam manchas roxas no braço direito e na coxa esquerda da empresária, e concluem que houve "ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente", além de atestarem que o instrumento ou meio que produziu as ofensas foi contundente.

Wellington Magalhães foi vereador de Belo Horizonte entre 2005 e 2019 e ocupou a presidência entre 2015 e 2016. — Foto: Divulgação/Câmara Municipal de Belo Horizonte

Magalhães se manifestou por meio de uma nota assinada por sua advogada, Micheline de Abreu Peixoto. No texto, a defesa nega as agressões e manifesta a "imensa tristeza" do político com a "exposição pública" dos fatos, realizada pela ex-mulher (leia a nota completa no fim da matéria).

Acusações contra Magalhães

Wellington Magalhães foi preso em abril de 2018 acusado de liderar uma organização que fraudava licitações de publicidade na Câmara Municipal. Os prejuízos, segundo o Ministério Público informou à época, ultrapassaram os R$ 30 milhões. Em 2019, ele teve o mandato cassado pelos pares.

Um ano depois, Magalhães foi indiciado pela Polícia Federal por omitir R$ 2,6 milhões da Justiça Eleitoral no pleito de 2016. A investigação também identificou enriquecimento ilícito e desvio de verba pública.

Já em 2022, o ex-vereador foi condenado a 31 anos de prisão por lavagem de dinheiro pela compra de imóveis e veículos e a realização de viagem internacional. Em março do ano seguinte, a Justiça determinou o bloqueio de bens de Magalhães por uso de funcionários da Câmara para prestação de serviços particulares.

Magalhães foi vereador de Belo Horizonte de 2005 a 2019 e ocupou a presidência da Casa entre 2015 e 2016.

Veja, na íntegra, a nota enviada pela defesa do ex-vereador.

"Wellington Gonçalves de Magalhães, através da sua advogada, Dra. Micheline Abreu Peixoto, esclarece que, sobre entrevista gravada pela sua ex-mulher a Sra. Kelly Jaqueline Maciel, da qual aborda questões processuais que correm sob sigilo judicial, manifesta sua imensa tristeza em tornar público fatos que envolvem sua vida particular e, em via de consequência, sua exposição e de seus filhos, ainda menores.

O ex-casal está divorciado há quase 6 (seis) anos sem qualquer desgaste pessoal entre ambos, tendo em vista que todas as decisões judiciais já proferidas vem sendo cumpridas e não compreende a sua postura em divulgar fatos, inclusive lhe imputando falsas acusações.

Entende-se que tal postura tem o intuito de, além da tentativa em denegrir a sua imagem, usa de subterfúgio para tentar alterar questões judiciais que já não cabem mais recursos.

Ressalta-se que, diferentemente da Sra. Kelly, não adentrará aos fatos para preservar sua imagem e, principalmente, de seus filhos.

Ademais, relata que vem sofrendo ataques injuriosos, difamatórios e ameaçadores, via redes sociais, promovidos pela Sra. Kelly e seu atual companheiro, e que já estão sendo tomadas todas as medidas processuais cabíveis".

(*estagiário sob supervisão de Luã Marinatto)


Fonte: O GLOBO

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