Boulos depende mais de Lula para crescer em SP do que Nunes precisa de Bolsonaro, indica Quaest

Boulos depende mais de Lula para crescer em SP do que Nunes precisa de Bolsonaro, indica Quaest

Metade dos paulistanos não sabe dizer quem é apoiado pelo presidente, e desconhecimento beneficia atual prefeito e Datena

Porto Velho, Rondônia - Os resultados da nova pesquisa da série Genial/Quaest, divulgada nesta terça-feira, indicam que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) precisa colar sua imagem na do presidente Lula (PT) para crescer na disputa à prefeitura de São Paulo. O parlamentar, que está empatado na liderança geral com Ricardo Nunes (MDB) e José Luiz Datena (PSDB), marca 23% das intenções de voto em um dos cenários testados no levantamento, taxa que passa para 28% quando Boulos é apresentado como o candidato “com apoio de Lula”.

Nesse mesmo cenário, em comparação, Nunes tem 26% das menções, mas recua numericamente para 25% se Boulos for associado a Lula e o candidato à reeleição estiver etiquetado como a opção apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A relação entre o atual chefe do Executivo federal e Boulos é mais conhecida pela população paulistana do que a aliança de Nunes com Bolsonaro ou com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas metade (exatos 50%) dos eleitores ainda não sabe dizer quem é o nome apoiado por Lula.

O petista costurou o apoio de seu partido a Boulos ainda na eleição de 2022, quando o deputado abriu mão de concorrer ao governo de São Paulo para deixar o caminho livre para Fernando Haddad (PT). O acordo levou a ex-prefeita Marta Suplicy a ser indicada pelo Partido dos Trabalhadores para ser vice de Boulos.

O desconhecimento da população em relação a esse acordo beneficia as candidaturas de Datenas e do próprio Nunes, segundo a Quaest. Dentre aqueles que dizem ter votado em Lula na última eleição presidencial, 22% agora apoiam a eleição do tucano, e 12% prometem votar no candidato do MDB.

A cidade de São Paulo tem um histórico de ser mais progressista que o restante do estado, e deu a Lula quase 500 mil votos a mais que a Bolsonaro no segundo turno da última eleição presidencial. Segundo a Quaest, 28% dos eleitores paulistanos querem que o próximo prefeito seja um “aliado de Lula”, mas mesmo nesse grupo Boulos está longe de ser unanimidade: 42% dizem que vão votar no deputado, contra 24% que declaram apoio a Datena, e 10%, a Nunes.

Mesmo beneficiado por eleitores de Lula que o escolhem na disputa, Datena tem ajudado a dar publicidade à relação de Boulos com o presidente, bem como a de Nunes com Bolsonaro. Em nota na qual declarou “entusiasmo” com os resultados da Quaest, o apresentador disse que seus adversários “são apenas marionetes do Lula e do Bolsonaro nas eleições para a prefeitura de São Paulo”. “Os votos bolsonaristas que não forem para o Ricardo Nunes serão muito bem recebidos, assim como os votos lulistas que não forem para o Boulos”, complementou.

A exploração ou ocultação da imagem de padrinhos políticos nas campanhas será aprofundada a partir do próximo dia 16, início oficial do período eleitoral. A campanha da deputada federal Tabata Amaral (PSB) deve usar a imagem do vice-presidente e ex-governador, Geraldo Alckmin, ao mesmo tempo em que buscará se apresentar como alguém capaz de dialogar tanto com Lula quanto com o governador Tarcísio.

Contratada pela Genial Investimentos, a Quaest entrevistou presencialmente 1.002 eleitores na cidade de São Paulo, no período entre 25 e 28 de julho. A margem de erro é estimada em 3,1 pontos percentuais para mais ou menos. Na Justiça Eleitoral, o levantamento está registrado sob o número SP-06142/2024.


Fonte: O GLOBO

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