Análise: Em discurso morno, vice de Trump não empolga e afasta de vez republicanos dos anos Bush ao criticar até invasão do Iraque

Análise: Em discurso morno, vice de Trump não empolga e afasta de vez republicanos dos anos Bush ao criticar até invasão do Iraque

Fala do senador de 39 anos, que buscou se apresentar como representante do americano comum, não será um dos destaques da Convenção Republicana

Porto Velho, Rondônia - Quem esperava ver no fim do terceiro dia da Convenção Republicana o JD Vance “on fire” dos programas de política da televisão americana saiu desapontado. Em um discurso morno, que pouco avançou além das pautas centrais da campanha de Donald Trump, o senador de 38 anos, agora oficialmente ungido como candidato à vice-presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano usou, como se esperava, sua história de vida para aproximá-lo do americano comum.

Não foi coincidência o fato de ele citar, mais de uma vez, os trabalhadores de Wisconsin, onde a festa da direita acontece, da Pensilvânia e de Michigan. Se vencer nestes três, a chapa Trump-Vance ganha a eleição e ele tem a capacidade, no futuro, de inspirar esses eleitores. Não foi o que se viu na noite desta quarta-feira, no entanto, no Fiserv Forum.

Foi um discurso sem sequer uma frase memorável. Um olhar original ou sofisticado sobre as questões centrais da eleição ou o futuro da maior potência global. Em determinados momentos, pareceu um dos outros filmes ruins de Ron Howard, que adaptou sua autobiografia para a tela grande.

Estreito, despertou interesse nas poucas vezes em que atravessou a fronteira do burocrático. Como quando criticou Joe Biden por ter apoiado a invasão do Iraque, arquitetada pelos gaviões do governo George W. Bush como resposta ao ataque terrorista de 2001. Aquele Partido Republicano foi enterrado no discurso de Vance, talvez o maior feito da mais de meia hora de apresentação.

Curiosamente, se voltasse duas décadas no passado e cerrasse os olhos, “vamos devolver o governo ao povo e não mais sermos serviçais de Wall Street” e “América para os trabalhadores americanos e não para a China” com direito até a uma cotovelada à Arábia Saudita, poderia ser esta a palestra de um quadro do Partido Democrata. Um quadro antiquado.


Fonte: O GLOBO

Postar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem