— Pesquisa é só um retrato do momento. Não vou me acomodar — diz Tramonte.
O apresentador também quebra a polarização entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na cidade, ao conquistar 27% dos que escolheram o petista no segundo turno do pleito de 2022 e 24% dos eleitores de Bolsonaro. Na fatia mais bolsonarista, ele empata na liderança com Bruno Engler, que é do mesmo partido do ex-presidente e soma 23% dos votos do aliado na última eleição presidencial. Tramonte também é quem mais tem apoio na população que votou em branco ou nulo (29% das intenções de voto).
No segundo pelotão, há empate técnico entre seis pré-candidatos, entre eles o prefeito Fuad Noman (PSD). O deputado estadual Bruno Engler (PL), nome do bolsonarismo, e o ex-deputado estadual João Leite (PSDB) têm 11% das intenções de voto cada. O tucano, no entanto, vem sinalizando que não irá concorrer. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou menos, ambos estão também empatados com Fuad, a deputada federal Duda Salabert (PDT), o senador Carlos Viana (Podemos) — que somam 9% cada um — e com o deputado federal Rogério Correia (PT), nome do presidente Lula, que tem 6%.
Pré-candidata do governador do estado, Romeu Zema (Novo), a ex-secretária de Planejamento e Gestão Luísa Barreto (Novo) atinge 1% das intenções de voto. O ex-vice-governador Paulo Brant (PSB) também pontua 1%. Na semana passada, Brant anunciou que será vice do presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (MDB), que marcou 2%.
Apesar do anúncio oficial, o acordo ainda não foi costurado com o PSB nacional, que ainda estuda aliança com Correia, em prol de uma frente ampla de esquerda na cidade. Correia já anunciou que irá unir candidaturas com a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL), que somou 2% dos votos no levantamento, e agora tenta atrair Duda Salabert. A pedetista, por sua vez, angariou o apoio de Ana Paula Siqueira (Rede), que marcou 1%.
O levantamento da Quaest, encomendado pelo site Diário do Poder, foi feito entre 5 e 8 de junho e ouviu 1.200 eleitores. Apesar da liderança de Tramonte, a pesquisa espontânea, quando não é apresentada uma lista de nomes fechada, reforça o cenário de indefinição. Os eleitores que não têm o nome de um pré-candidato na ponta da língua somam hoje 87%.
Desafios do incumbente
Fuad assumiu a prefeitura em março de 2022, quando Alexandre Kalil (PSD) deixou a gestão para concorrer ao governo do estado, e terminou derrotado por Romeu Zema. Embora tenha sido vice de Kalil, a maior parte dos votos do ex-prefeito hoje não migram para o atual. Segundo o levantamento, apenas 12% dos eleitores que escolheram Kalil, em 2020, revelam intenção de eleger Fuad. Kalil ainda não decidiu quem irá apoiar no pleito deste ano. Ao GLOBO, em entrevista concedida há duas semanas, o ex-prefeito afirmou que não deve apoiar seu antecessor.
Os eleitores de BH que consideram o trabalho de Fuad positivo somam 32%, enquanto 38% o definem como regular. A percepção negativa é apontada por 18%. Os índices indicam que o prefeito não tem conseguido capitalizar as entregas de sua gestão.
— Ainda é muito cedo, o número de indecisos é muito grande. A pesquisa me anima por mostrar reconhecimento do trabalho — avalia Fuad.
Um dos fatores que ajudam a explicar o quadro é o alto desconhecimento sobre quem é Fuad: 48% dos belo-horizontinos dizem não conhecer o atual prefeito, percentual que cai para 18% no caso de Tramonte, que lidera a corrida. Entre os que dizem conhecer Fuad, 26% declaram que votariam no pré-candidato, enquanto 25% afirmam o oposto.
Fonte: O GLOBO
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