Aliados reagem após Tarcísio chancelar nome de Bolsonaro para vice de Nunes em SP

Aliados reagem após Tarcísio chancelar nome de Bolsonaro para vice de Nunes em SP

Opção por ex-Rota não é unânime na base aliada. No União, Milton Leite rifa candidatura de Kim Kataguiri e sugere lista a prefeito

Porto Velho, Rondônia - A defesa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do nome do coronel aposentado da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo para a vaga de vice do prefeito Ricardo Nunes (MDB) gerou reação de outros partidos que almejam o posto na disputa da capital paulista. Ex-diretor do Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Araújo é a opção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a chapa e foi avalizado pelo governador.

— Vou estar fechado com o presidente Bolsonaro e entendo que, até pela mudança de cenário, mais do que nunca, é importante fazer esse acerto, esse arranjo o mais rápido possível. Vamos estar juntos com o coronel Mello Araújo e com Ricardo Nunes, é isso que vou defender — disse Tarcísio, segunda-feira, durante coletiva de imprensa em Taboão da Serra, na qual anunciou a extensão da Linha 4 (Amarela) do metrô.

A indicação de Mello Araújo tem causado discórdia entre as siglas que embarcaram na reeleição do atual prefeito. Alguns parlamentares do PP se posicionaram contra e ameaçam deixar o barco. Ontem, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Milton Leite, afirmou que o União Brasil tem vários nomes para indicar.

De kim a Luisa Mell

Em abril, Leite havia se colocado como pré-candidato a vice do emedebista, mas agora diz que ele é apenas um entre vários nomes possíveis que o partido sugere. O vereador citou o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), que se posiciona como pré-candidato. Segundo Leite, Kim “não deixa o União independentemente do resultado”. Ainda de acordo com ele, a sigla estará ao lado de Nunes de qualquer forma.

— Eu não sei se o PL estará com o Ricardo Nunes, mas o União estará. Obviamente essa questão do vice eu sei que interessa a todos. Sabemos do peso do PL, do peso do ex-presidente Bolsonaro, mas nós temos voto, sabemos o quanto disputamos na urna, queremos ser a maior bancada de vereadores, queremos ser a primeira bancada nesta Casa e seremos, sem margem de dúvida — disse.

Leite, então, listou opções:

— Vamos discutir, os 11 partidos (que compõem a base de Nunes), quem que o União Brasil oferta como nome. A pastora Sandra Alves, Luísa Mell, filiados nossos. General Peternelli, se quiser o capitão Alison nós temos, o deputado André Soares, filho do R.R. Soares, nós temos. Temos uma pastora negra, temos todos os perfis. Rubinho (Nunes, vereador) — citou durante coletiva na Câmara.

Luísa Mell é conhecida por seu ativismo pela causa animal. Já Sandra Alves é pastora da igreja Templo Profético do Renovo, cantora gospel e atualmente é vereadora em Boituva, no interior de São Paulo. Peternelli é um ex-deputado federal e militar da reserva do Exército, e André Soares é ex-deputado estadual.

Pressão pós-Marçal

Nas últimas semanas, aumentou a pressão no entorno de Nunes para a definição do vice, após o coach Pablo Marçal (PRTB) anunciar sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo. O último Datafolha mostrou que o coach tira uma parte dos votos do prefeito. O problema é admitido por integrantes da pré-campanha do emedebista, mas aliados minimizam seu efeito na corrida eleitoral destacando que é Nunes quem tem o apoio de Bolsonaro.

Na semana passada, Marçal publicou uma foto com o ex-presidente após ganhar uma medalha com o rosto de Bolsonaro estampado, e fez uma provocação ao pré-candidato à reeleição em SP. Bolsonaro, no entanto, afirmou que não vai apoiar a candidatura do coach. Ao GLOBO, o ex-presidente disse que tem Nunes como seu candidato e indicará o vice.

O prefeito, por sua vez, tem várias opções na mesa para a escolha do vice, e é pressionado pelos diversos partidos que compõem a sua base. Além dos nomes do União e do ex-diretor do Ceagesp, já foram ventilados a vereadora Sonaira Fernandes (PL), o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos), a delegada Raquel Gallinati (PL), o delegado Osvaldo Nico (ainda sem partido) e a vereadora Rute Costa (PL).


Fonte: O GLOBO

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