O
senador Humberto Costa (PT) comparou no X (antigo Twitter) as ações de
Lula com as do ex-presidente durante enchentes ocorridas na Bahia, entre
o final de 2021 e o início de 2022
Porto Velho, RO. As
enchentes que atingem dois terços dos municípios do Rio Grande do Sul,
deixando 83 mortos, 111 desaparecidos e mais de 149 mil pessoas fora de
casa até esta segunda-feira, 6, têm levado governistas e opositores a
discutirem nas redes sociais sobre supostos culpados pelo que é
considerado o pior desastre climático já enfrentado pelo Estado.
Apoiadores
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazem comparações com as
enchentes que ocorreram durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) na
Presidência, enquanto aliados do ex-presidente reclamam de falta de ação
do governo federal.
O senador Humberto Costa (PT) comparou no X
(antigo Twitter) as ações de Lula com as do ex-presidente durante
enchentes ocorridas na Bahia, entre o final de 2021 e o início de 2022.
"Naquele momento, o ex-presidente Bolsonaro estava de férias, passeando
de jet ski em Santa Catarina e seguiu como se nada (estivesse
acontecendo). Agora, o RS vive uma tragédia semelhante, também fruto da
emergência climática. Lula foi ao Estado, conversou com as pessoas,
acompanhou as ações que estão sendo realizadas pelo governo federal e
garantiu toda ajuda possível", escreveu o senador.
A deputada
federal Carla Zambelli (PL-SP) também relembrou a emergência causada
pelas fortes chuvas na Bahia, que resultou em 28 mortes. Zambelli disse,
em seu perfil na rede social, que Lula "se omite" e "quer colocar a
responsabilidade na conta do Congresso", enquanto Bolsonaro teria
"disponibilizado imediatamente" R$ 700 milhões em apoio às regiões
afetadas.
Bolsonaro, na época presidente, viajou para o litoral
paulista e para Santa Catarina de férias em meio a emergência. Ele
chegou a dizer que esperava "não ter que retornar antes" do previsto
para o fim das férias, 3 de janeiro, por conta da situação.
O
presidente editou uma medida provisória em 31 de dezembro de 2021, que
abriu crédito extraordinário no valor de R$ 700 milhões para o
Ministério da Cidadania, para socorrer cidades da Bahia e de Minas
Gerais afetadas pelas enchentes. As fortes chuvas que ocasionaram a
tragédia começaram dia 7 de dezembro na Bahia, causando os primeiros
alagamentos e, depois, se repetiram no Sudeste.
Lula esteve
reunido no Estado gaúcho com ao menos nove ministros, a primeira-dama
Rosângela da Silva, a Janja, e os presidentes da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Tribunal de Contas da
União (TCU), Bruno Dantas, no fim de semana. Neste domingo, em edição
extra do Diário Oficial da União (DOU), o governo federal reconheceu o
estado de calamidade pública em 336 municípios gaúchos.
A
decisão, na prática, permite que os locais atingidos pelo desastre
climático recebam recursos para a reconstrução das cidades. Em paralelo,
Planalto e Congresso discutem a elaboração de um pacote de socorro para
o Estado. Na manhã desta segunda, subiu para 364 o número de cidades
afetadas. Lula prometeu verbas para que o Estado se recupere das
enchentes e disse que vai liberar recursos do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) para obras em encostas.
A deputada federal do
Rio Grande do Sul Maria do Rosário (PT) relatou no X uma reunião na
manhã desta segunda-feira que coordenou entre Lula, ministros e a
bancada parlamentar gaúcha, em que os ministros Paulo Pimenta, da
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, e Nísia
Trindade, da Saúde, anunciaram a liberação de emendas parlamentares no
valor de R$ 548 milhões para a pasta de Nísia. Também foi anunciado na
página oficial do governo federal o repasse de R$ 928 milhões para o
Estado, por meio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.
Entre
as críticas, sobrou até para a Madonna. O foco do deputado federal
Gustavo Gayer (PL-GO) em suas últimas postagens é o show da cantora pop,
realizado neste sábado, 4, no Rio de Janeiro. Ele repostou uma
publicação que diz que há "dois países diferentes" no Brasil, um que
enfrenta as enchentes e está "abandonado pelo governo", e outro que
assiste ao que chamou de "espetáculo de chorume moral protagonizado por
uma depravada decadente", referindo-se ao show em Copacabana.
O
deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) argumentou seguindo a mesma
linha, mas atacando a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, por
agradecer Madonna na rede social. A ministra foi homenageada pela
cantora no telão do show deste sábado. "No dia em que bebês estavam
boiando mortos no RS", disparou o deputado. Nikolas também tem usado as
redes para pedir apoio e doações para as vítimas da tragédia.
Em
entrevista concedida à CNN Brasil nesta sexta-feira, 3, a ministra disse
que houve "quatro anos de apagão em termos de política climática",
referindo-se ao período em que Bolsonaro esteve à frente da Presidência.
O
deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) viajou até o Estado natal e
tem concentrado suas postagens em repassar informações da Defesa Civil
gaúcha, além de agradecer aos outros Estados que têm contribuído
enviando doações e voluntários para as cidades atingidas. O deputado
também agradeceu o próprio irmão, o bombeiro militar gaúcho Steven van
Hattem, que está trabalhando no resgate das vítimas. "Que Deus abençoe
ainda mais quem tem bom coração", postou com uma foto, em que o irmão
carrega uma idosa vítima da tragédia em Novo Hamburgo.
O
governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), publicou uma fotografia com
Lula e agradeceu "a todo o apoio do governo federal e das forças
nacionais de segurança pelo que tem feito ao povo gaúcho". O tucano
ainda fez um apelo ao presidente, para que os dois petista sigam
"focando no que é o lema de sua gestão (federal), a união e a
reconstrução". Ao lado de Lula, Pacheco e Lira, Leite disse neste
domingo que "não é hora de procurar culpados".
Fonte: Estadao Conteudo
Governistas e oposição trocam acusações sobre enchentes no Rio Grande do Sul
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POLÍTICA