Apesar de não ter ganhado, a tutora, Christine Longnecker, se orgulha da trajetória de seu cachorro, que antes era considerado impossível de ser adotado
Porto Velho, Rondônia - Uma coisa inusitada aconteceu alguns anos atrás, quando Christine Longnecker, que ensina equitação na região do condado de Erie, na Pensilvânia, levou seu novo cão resgatado, Miles, para uma aula. Em vez de esperar quieto no celeiro, Miles de repente correu para o ringue e saltou sobre os obstáculos sozinho.
Este foi o início da carreira de Miles como um cão de agilidade em competições. Neste sábado, ele competiu pela segunda vez no Westminster Kennel Club Dog Show, realizado no bairro do Queens, na cidade de Nova York. Apesar da torcida grande, não chegou em primeiro lugar, mas sua história de sucesso improvável, como um cão que antes era considerado impossível de ser adotado, já o torna um vencedor.
A competição dessa categoria pode ser a ginástica rítmica do Westminster, menosprezada pelos tradicionalistas, mas é um esporte em crescimento com uma atmosfera de diversão em seu favor, que recompensa velocidade, inteligência e entusiasmo. Qualquer cão pode competir, não importa quem sejam seus pais.
Miles é um cão all-american, o nome do American Kennel Club para vira-latas. Ele parece vagamente com um doberman, com uma pelagem parcialmente preta e brilhante e um focinho longo, mas na verdade é 40% de cachorro boiadeiro, 23% de labrador, 10% de border collie e 27% de uma mistura de sabujo, de acordo com um teste de DNA de cães da Embark encomendado por Longnecker.
— Miles é a prova de que você pode superar qualquer coisa com um pouco de crença e muito amor — disse Longnecker. — Você não precisa de um "cão de raça pura" para ter um melhor amigo para brincar em esportes caninos. Você pode encontrar um bem ali na rua do seu abrigo local.
Com cerca de 7 anos, Miles participou do seu terceiro MACH, ou Master Agility Championship (Campeonato de agilidade máxima, em tradução livre). Ele já competiu duas vezes anteriormente, em uma competição diferente, terminando como o melhor cão vira-lata em sua categoria.
Longnecker disse que Miles tinha pouca expectativa de vencer todos os inscritos em sua categoria dessa vez, que muitas vezes é vencida por border collies e outros cães criados para velocidade, mas que era emocionante ter chegado tão longe — o que lhe rendeu uma série de reportagens e uma torcida grande na competição.
Assim como Miles, a campeã da categoria do Westminster foi a vira-lata chamada Nimble, com 28,76 segundos e a primeira sem raça definida a chegar em primeiro lugar na final, que ocorreu neste domingo — não foi possível verificar a colocação final de Miles no site da competição.
A competição dessa categoria pode ser a ginástica rítmica do Westminster, menosprezada pelos tradicionalistas, mas é um esporte em crescimento com uma atmosfera de diversão em seu favor, que recompensa velocidade, inteligência e entusiasmo. Qualquer cão pode competir, não importa quem sejam seus pais.
Miles é um cão all-american, o nome do American Kennel Club para vira-latas. Ele parece vagamente com um doberman, com uma pelagem parcialmente preta e brilhante e um focinho longo, mas na verdade é 40% de cachorro boiadeiro, 23% de labrador, 10% de border collie e 27% de uma mistura de sabujo, de acordo com um teste de DNA de cães da Embark encomendado por Longnecker.
— Miles é a prova de que você pode superar qualquer coisa com um pouco de crença e muito amor — disse Longnecker. — Você não precisa de um "cão de raça pura" para ter um melhor amigo para brincar em esportes caninos. Você pode encontrar um bem ali na rua do seu abrigo local.
Com cerca de 7 anos, Miles participou do seu terceiro MACH, ou Master Agility Championship (Campeonato de agilidade máxima, em tradução livre). Ele já competiu duas vezes anteriormente, em uma competição diferente, terminando como o melhor cão vira-lata em sua categoria.
Longnecker disse que Miles tinha pouca expectativa de vencer todos os inscritos em sua categoria dessa vez, que muitas vezes é vencida por border collies e outros cães criados para velocidade, mas que era emocionante ter chegado tão longe — o que lhe rendeu uma série de reportagens e uma torcida grande na competição.
Assim como Miles, a campeã da categoria do Westminster foi a vira-lata chamada Nimble, com 28,76 segundos e a primeira sem raça definida a chegar em primeiro lugar na final, que ocorreu neste domingo — não foi possível verificar a colocação final de Miles no site da competição.
O vira-lata Miles em treinamento para a competição de agilidade — Foto: Daniel Lozada / The New York Times
'Amor à primeira vista'
Longnecker e Miles se conheceram há seis anos no abrigo de animais Because You Care, em McKean, Pensilvânia.
Miles, que na época era conhecido como Tank, usava uma coleira de caveira e cruz e tinha a tendência de rosnar e mostrar os dentes de uma maneira pouco convidativa. Uma vez, ele mordeu e rasgou um buraco na manga do casaco usado pelo coordenador voluntário do abrigo, Becky Mancini.
— Dizer que ele não estava receptivo a pessoas desconhecidas é um eufemismo — brinca Mancini.
Mas quando Longnecker chegou, Miles caminhou silenciosamente até a frente de sua gaiola e sentou.
— E então ele me olhou diretamente nos olhos e disse, claro como água, "eu só quero ser um bom garoto" — conta Longnecker. — De repente, uma tristeza avassaladora se apoderou de mim, a sensação de que ele não conseguia se provar porque lhe disseram que era um cão bravo. Meu coração se partiu em um milhão de pedaços.
O vira-lata Miles e a dona Christine Longnecker — Foto: Daniel Lozada / The New York Times
Os funcionários do abrigo ficaram incrédulos.
— Foi amor à primeira vista — disse Mancini. — Todos ficamos de boca aberta enquanto ela o colocava no carro.
No começo, Miles era um desastre — tremendo, ofegando, com o rabo entre as pernas. Toda vez que ele saía do carro, vomitava, achando que estava voltando para o abrigo.
Mas gradualmente Longnecker, que é conhecida entre seus amigos nos mundos dos cães e dos cavalos por sua capacidade de se comunicar com os animais, convenceu Miles de que ele estava seguro, mesmo longe de casa.
— No começo ele não acreditava em mim — ela disse. — A maneira como acabei tendo que expressar foi dizer que ele fazia parte da minha matilha e minha matilha viaja de carro. Ele pulou direto no carro, e desde então ele está bem.
Longnecker matriculou Miles em uma aula no Countryside Agility, o centro da comunidade de agilidade de Erie, e os dois começaram a competir, primeiro localmente, depois regional e nacionalmente.
O crescente entusiasmo de Miles pela agilidade coincidiu com um novo senso de propósito em outros aspectos de sua vida, especialmente quando ele "se nomeou" para um papel auxiliar nas aulas de equitação de Longnecker. Seu principal trabalho é garantir que os cavalos estejam saltando corretamente.
— Quando os cavalos estão pulando e derrubam um obstáculo, Miles fica muito chateado — disse Anna Buhl, 16 anos, uma das alunas de Longnecker.
Primeiro ele registra seu descontentamento latindo, "então ele vai pular o obstáculo, para mostrar aos cavalos o que fazer", conta Anna.
Quando ele não está trabalhando, Miles é um grande, mimado e carinhoso bebê. Em uma casa lotada — ele a compartilha não apenas com Longnecker e sua colega de casa, Abby Sorensen, mas também com outros dois cães e dois gatos —, ele exala energia de personagem principal.
— Dizem que você salva um cão resgatado, mas é um cão resgatado que te salva — disse. — Miles é a melhor coisa que já me aconteceu.
Fonte: O GLOBO
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Mundo