Apesar da alta ante março, taxa é a menor para o mês desde 2021. Reajuste aplicado sobre os remédios e menor oferta de alimentos por conta dos fenômenos climáticos explicam aumentos
- No ano, a inflação acumula alta de 1,80%
- Em 12 meses, o IPCA acumula 3,69%, abaixo dos 3,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores
- Os dados fazem parte do Índice Nacional de Consumidor Amplo (IPCA) e foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira
Sete dos nove grupos investigados pela pesquisa registraram alta em abril. Os dois maiores impactos vieram dos grupos Saúde e cuidados pessoais (1,16%) e Alimentação e bebidas (0,70%). Juntos, os dois contribuíram com 0,30 ponto percentual do índice de abril.
A alimentação no domicílio ficou mais cara em abril, com os preços acelerando de 0,59% no mês anterior para 0,81% neste mês. O mamão chegou a ficar em média 22,7% mais caro, seguido da cebola, com alta de 15%; o tomate, 14% mais caro; e o café moído, com alta de 3% no custo.
Segundo o IBGE, a menor oferta desses produtos explica o aumento.
— Fenômenos climáticos ocorridos no fim de 2023 e no começo de 2024 afetaram a produção — explica André Almeida, gerente da pesquisa do IBGE.
Já a alimentação fora do domicílio variou 0,39%, semelhante à de março (0,35%). O lanche registrou uma alta menos intensa este mês, de 0,44%, após alta de 0,66% no mês anterior. Por outro lado, a refeição fora de casa registrou variação maior (0,34%) do que a verificada em março (0,09%).
Veja o resultado dos grupos do IPCA:
- Alimentação e bebidas: 0,70%
- Habitação: -0,01%
- Artigos de residência: -0,26%
- Vestuário: 0,55%
- Transportes: 0,14%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,16%
- Despesas pessoais: 0,33%
- Educação: 0,10%
- Comunicação: 0,48%
Em Transportes, um movimento contrários de preços acabou contendo as altas do setor. Houve queda nos preços da passagem aérea, ao passo em que etanol (4,56%), gasolina (1,50%) e óleo diesel (0,32%) registraram altas.
Perspectivas
A inflação deve seguir trajetória de queda ao longo deste ano, avaliam economistas. Segue em curso o processo chamado de 'desinflação', que é a desaceleração da alta dos preços. Segundo o boletim Focus, que reúne projeções do mercado financeiro, economistas reduziram marginalmente sua projeção para a inflação do ano (3,72% esta semana ante 3,73% na anterior).
Há, contudo, no radar dos analistas, o movimento de atenção à inflação de serviços impulsionada pelo mercado de trabalho aquecido.
Economistas também estão de olho nos próximos passos do Comitê de Política Monetária que, embora dividido, decidiu pelo corte de 0,25 ponto percentual da taxa Selic, para 10,50% ao ano. Analistas temem que o Comitê adote um tom mais flexível à frente e isso ameace o controle da inflação.
Fonte: O GLOBO
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