Rivais e de olho em 2026, Lira e Renan negociam nome de vice-prefeito na eleição de Maceió

Rivais e de olho em 2026, Lira e Renan negociam nome de vice-prefeito na eleição de Maceió

Adversários em Brasília, presidente da Câmara e senador abrem outra frente de disputa para ampliar o número de municípios nas mãos de aliados, expandindo as bases eleitorais na corrida ao Senado

Porto Velho, Rondônia - Rivais políticos, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) já entraram em campo para negociar a composição de chapas na disputa pela prefeitura de Maceió. Ambos buscam ter influência na indicação de vices em alianças competitivas para a capital alagoana. A cidade hoje está sob o comando de um aliado de Lira, o candidato à reeleição João Henrique Caldas (PL), o JHC.

Tanto Lira quanto Renan têm o objetivo comum de ampliar o número de municípios nas mãos de aliados, expandindo as bases eleitorais e já antecipando a campanha de 2026, quando devem se enfrentar na corrida ao Senado.

No quebra-cabeça da disputa, porém, Lira tenta evitar um “balão” do aliado JHC, que cogita um nome diferente de alguns já apresentados pelo deputado do PP. Caso seja reeleito neste ano, o prefeito é cotado para tentar o governo de Alagoas em 2026, deixando a prefeitura nas mãos do seu vice.

Aliados do prefeito de Maceió afirmam que há a possibilidade de o senador Rodrigo Cunha (Podemos) ser vice, com a garantia de que o parlamentar assuma a prefeitura em 2026.

No cenário ideal de Lira, ele e JHC sairiam em uma dobradinha para disputar as duas vagas disponíveis ao Senado. Mas a pretensão pode esbarrar justamente na candidatura ao governo de JHC.

A suplente de Rodrigo Cunha no Senado é Eudócia Caldas, mãe de JHC. Desta forma, a família Caldas e o PL conseguiriam uma cadeira no Senado, ao mesmo tempo que disputariam o governo. Rodrigo Cunha, por sua vez, herdaria a prefeitura com a possibilidade de reeleição.

João Henrique Caldas, o JHC, prefeito de Maceió — Foto: Secom Maceió

Lira, contudo, insiste para que um aliado mais próximo seja o vice. Ele já ofereceu os nomes de David Davino Filho e da sua prima, a secretária de Educação de Maceió, Jó Pereira.

Já Renan Calheiros tenta atrair o PT para o posto de vice, em uma manobra que mira a nacionalização da disputa, antagonizando a candidatura de Rafael Brito (MDB) a JHC. O atual prefeito é do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O senador esbarra, até o momento, no fato de o PT já ter lançado a pré-candidatura de Ricardo Barbosa na capital alagoana e, neste caso, o partido de Luiz Inácio Lula da Silva precisaria abrir mão da cabeça da chapa. Renan tenta atrair o PT com a distribuição de cargos no governo, mas ainda esbarra em resistências dos petistas.

Outros partidos, como o PSB e o próprio MDB, querem o posto de vice nesta chapa. No MDB, há quem defenda uma composição com o PSB, que daria à secretária estadual de Turismo, Bárbara Braga, a vice de Brito. Outra corrente prefere uma chapa “puro-sangue”, com a deputada estadual Cibele Moura (MDB) no posto. Contudo, esta decisão final caberá a Renan Calheiros. A aliados, Rafael Brito não esconde a predileção por um vice petista, mas diz considerar a composição com outros partidos.

— Temos ótimos nomes, de partidos como o PDT, o PSD, PSB e também do PT, que poderiam ser vice-candidatos. A convenção só acontecerá no final de julho e, até lá, seguimos dialogando e seguimos abertos a todas as possibilidades — diz.

Entre políticos de Alagoas, espera-se que os dois principais nomes do estado estejam presentes em atividades de campanha.

Expansão do mapa

Atualmente, o MDB controla 63 dos 102 municípios do estado, enquanto o PP tem 27 prefeitos. Renan tem em cinco cidades da Região Metropolitana o seu principal foco: Arapiraca, Palmeira dos Índios, Porto Calvo, Coruripe e Delmiro Gouveia.

Esses locais, por concentrarem os maiores orçamentos e alguns dos principais colégios eleitorais do estado, contarão com estrutura de campanha similar à empregada em Maceió. Procurados, Lira e Renan não quiseram se manifestar sobre a estratégia eleitoral.


Fonte: O GLOBO

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