Quem é Carlos Slim, homem mais rico da América Latina, que se encontra hoje com Lula

Quem é Carlos Slim, homem mais rico da América Latina, que se encontra hoje com Lula

Dono da Claro no Brasil, magnata de origem libanesa fez fortuna com privatizações das telecomunicações no México. Aos 84 anos, prepara sucessão

Homem mais rico do México e da América Latina, dono de uma fortuna de US$ 102 bilhões (R$ 516 bilhões), o bilionário Carlos Slim, se reúne nesta sexta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

Dono de um império de telecomunicações, é o 14º homem mais rico do mundo. A América Móvil, principal empresa do seu grupo e quarta maior operadora de telefonia do mundo, no Brasil controla a Claro.

De onde vem a fortuna de Carlos Slim Helú?


O império de Slim (que o coroou como o homem mais rico do mundo entre 2010 e meados de 2013, até que Bill Gates o destronou) abrange inúmeras indústrias e serviços, sobretudo no setor das telecomunicações.

Lula e Slim devem tratar no encontro sobre os investimentos da empresa no Brasil. A expectativa é que a Claro invista, pelos próximos dez anos, R$ 16 bilhões no país.

Posição no ranking mundial

Carlos Slim é hoje o 14º homem mais rico do mundo, segundo o ranking anual da Forbes. Seu clã detém uma fortuna de US$ 102 bilhões.

Seu império de telecomunicações teve início em 1990, quando o México se abria para as privatizações e, junto com investidores estrangeiros, Slim comprou uma participação acionária na antiga estatal Telmex, empresa que hoje é parte da América Móvil.

Depois de chegar ao topo no ranking dos maiores bilionários do mundo, Slim foi ultrapassado por outros ricaços no ranking da Forbes mais recentemente, veja abaixo a evolução dos Top 10 desde 2019. Caso não consiga visualizar, clique aqui.

Sucessão familiar

Aos 84 anos, Carlos Slim Helú prepara a sucessão de seu império. E segue uma linha tradicional em empresas latino-americanas: os cargos de gestão no grupo são destinados a herdeiros e parentes do gênero masculino, enquanto mulheres da família são alocadas em cargos ligados à educação e à filantropia.

Além de telecomunicações, o império de Slim se estendeu a outras indústrias, como transporte, construção, redes de varejo, setor financeiro, energia, mineração, saúde, esportes e mídia.

O clã Slim — Foto: Reprodução/La Nacion

Há 27 anos, ele ficou "morto" por alguns momentos. Foram necessárias 31 bolsas de sangue para estabilizar o paciente Carlos Slim Helú depois que ele sofreu uma hemorragia durante uma cirurgia no coração, no Texas. Por fim, um médico argentino “o levou adiante”, segundo o escritor Diego Enrique Osorno relatou na biografia não autorizada do magnata mexicano de ascendência libanesa.

Mesmo que os médicos não tivessem conseguido reanimá-lo, Slim — um homem “tão calculista” que tem “esse controle permanente até das menores situações”, segundo a descrição do autor — já tinha um plano de sucessão em vigor, com seus seis filhos como protagonistas, mas principalmente os do gênero masculino.

O seu filho mais velho, Carlos Slim Domit, já era diretor da Telmex, a gigante mexicana de telecomunicações e serviços de TI, enquanto os seus outros dois filhos, Marco Antonio e Patricio, estavam prestes a assumir posições estratégicas no conglomerado.

Cargos de gestão

Nesta família conservadora, os cargos de gestão recaem majoritariamente sobre os homens. As três filhas do bilionário – Soumaya, Vanessa e Johanna – também se desenvolvem profissionalmente em diversas áreas das empresas ou projetos do pai, mas principalmente nas divisões de educação e filantropia.

— Na verdade, as filhas não são responsáveis ​​pelos seus negócios, mas os genros [seus maridos] são. E agora se diz que os netos estão assumindo cargos de gestão em todos os negócios — explica Mario Maldonado, jornalista, colunista do El Universal e diretor do El CEO, que investigou a rede de empresas e negócios do bilionário.

Os herdeiros do clã Slim: em cima, Carlos Jr, Marco Antonio e Patrick; embaixo, Soumaya, Vanessa e Johanna — Foto: Reprodução/La Nacion

Maldonado lamenta que, “no México, ainda exista muito desta cultura um tanto sexista de Conselhos de Administração em que a maioria dos gestores são homens”.

Atualmente, Carlos Jr. atua como presidente dos Conselhos de Administração da América Móvil, Grupo Sanborns, Telefonos de México, Grupo Carso, Promotora Musical e US Commercial Corp.

Já Marco Antonio trabalha como presidente do Conselho do Grupo Financiero Inbursa, Inversora Bursátil, Seguros Inbursa, Promotor de Desenvolvimento e Emprego na América Latina e do Instituto de Saúde Carlos Slim.

Poder a filhos, genros e netos

Por fim, Patricio é diretor do Grupo Sanborns, CCO da Telmex, presidente da Ferrosur, vice-presidente dos conselhos da América Móvil e do Grupo Carso.

Entre as filhas mulheres de Slim, Soumaya é vice-presidente do Museu Soumaya, fundado em 1994 por iniciativa da mulher do magnata, uma amante das artes falecida cinco anos após a inauguração devido a problemas renais.

Vanessa é presidente da Associação de Melhoramento para o México e América Latina e dirige os programas de bem-estar da Fundação Carlos Slim e da Fundação Telmex.

Por sua vez, Johanna, a caçula da família, é diretora do Programa de Educação Inicial da Fundação Carlos Slim e membro do Conselho de Administração do Grupo Sanborns.

— Quando (Carlos Slim Helú) morrer vai gerar alguma incerteza e instabilidade momentânea nas suas empresas e nos mercados, mas não de maior relevância ou profundidade porque ele já delegou muito a todos os seus filhos, genros e netos. Então, embora ele seja o patriarca e não ache que exista alguém como ele, não creio que seus filhos tenham muitos problemas — analisa Maldonado.


Fonte: O GLOBO

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