Porto Velho, RO.
A categoria acompanha a mobilização nacional de ANDES – Sindicato
Nacional dos Docentes das Universidades e de outras categorias que estão
em Greve. Os Técnicos Administrativos em Educação da UNIR já haviam
cruzado os braços em 18 de março.
A Associação dos Docentes da
Universidade Federal de Rondônia (ADUNIR), Seção Sindical do ANDES -
Sindicato Nacional deliberou no dia 19 de março de 2024, acompanhando as
deliberações das demais seções sindicais do ANDES-SN, a deflagração de
greve dos professores da UNIR a partir do 15 de abril (segunda-feira).
A
pauta dos professores é: 1) Reajuste salarial, conforme reivindicação
do conjunto do (a)s servidores(a)s público(a)s que corresponde a 7,06%
em 2024, de 7,06% em 2025, de 7,06% em 2026; 2) Destinação de orçamento
público em condições ideais para as Universidades e Institutos Federais;
3) Reestruturação da carreira docente com valorização das condições de
trabalho; 4) Revogaço de medidas antissindicais, antidemocráticas e
contrarreformas; 4) Que a Universidade Federal de Rondônia respeite o
resultado da consulta à comunidade para a escolha de vice-reitor
realizada em dezembro de 2023; 5) Melhoria das condições de trabalho dos
docentes e técnicos administrativos em todos os campi da universidade.
A
greve na UNIR já tem a adesão dos professores do campus de Porto Velho e
dos campi do interior. Vários cursos têm adesão de 100% dos
professores, como os cursos de Medicina, Direito, Jornalismo, Economia,
Administração, Enfermagem, História, Biblioteconomia e Ciências Sociais.
A adesão parcial avança em todos os cursos.
SITUAÇÃO CAÓTICA NAS UNIVERSIDADES E INSTITUTOS FEDERAIS
O
orçamento para as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) em
2024 teve um corte de R$ 310 milhões, aumentando ainda mais a crise
vivida nas universidades, seguindo a mesma política de cortes de
governos anteriores. Entre 2010 e 2021, os cortes no orçamento para
custeio foram de 37%, enquanto os investimentos sofreram uma redução de
cerca de 70%. O MEC teve um aumento de orçamento de 14,14% de 2023 para
2024, mas as universidades federais tiveram uma diminuição de quase 5%
entre 2023 e 2024. O orçamento do MEC em 2023 foi de R$
158.963.838.553,00 e em 2024 é de R$ 181.441.420.912, aumentando 14,14%.
O orçamento das universidades federais em 2023 foi de R$ 6.268.746.880,
mas em 2024 o orçamento dessas instituições é menor, de R$
5.957.807.724, uma queda de R$ 310.939.156, o que significa 4,96% de
corte.
Segundo a presidente da ADUNIR, Prof. Marilsa Miranda de
Souza, “A política de redução do orçamento tem como resultado o
sucateamento e o desmonte do ensino público superior, ao mesmo tempo em
que favorece a expansão do ensino privado. Os cortes no orçamento afetam
diretamente o pagamento de bolsas, aquisição de insumos laboratoriais,
financiamento de pesquisas, paralisam obras e inviabilizam as
possibilidades de expansão de mais vagas na Rede Federal. É visível na
UNIR prédios caindo aos pedaços, falta de salas de aula e de
infraestrutura básica para funcionamento dos cursos de graduação e
pós-graduação”.
SERVIDORES DO INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA (IFRO) UNIFICAM A MOBILIZAÇÃO COM SERVIDORES DA UNIR
Além
da greve na UNIR, os servidores do Instituto Federal (IFRO), iniciaram
greve na última semana. A paralisação do IFRO atinge as unidades de
Porto Velho, Ariquemes, Guajará-Mirim, Jaru, Cacoal, Ji-Paraná, Vilhena e
São Miguel do Guaporé. Em Porto Velho, além das atividades realizadas
nas unidades, o comando de greve da UNIR e do IFRO encaminharam,
conjuntamente, a realização de atividades que incluem um ato público
unificado no dia 17 de abril (quarta-feira), 15h, na praça Getúlio
Vargas.
A mobilização estadual objetiva reforçar a agenda de
atividades em Brasília, onde as diversas categorias estarão concentrando
protestos, exigindo do governo o atendimento da pauta de
reivindicações. Após a pressão e a mobilização em nível nacional, o
governo federal sinalizou para uma rodada de negociações com as
categorias em greve.
ESTUDANTES INTEGRAM O MOVIMENTO
A
greve dos servidores da Educação Federal tem apoio de diversas
entidades estudantis que, publicamente, manifestaram seu apoio. Grêmios
Estudantis do IFRO e Centros Acadêmicos também declararam publicamente
seu apoio ao movimento grevista. É o caso do Centro Acadêmico de
Medicina da Universidade Federal de Rondônia (CAMUFRO), que em NOTA
OFICIAL que já em 10 de abril, postou em suas redes que “compreende a
relevância das reivindicações apresentadas” e entende que “a greve dos
professores é uma resposta legítima à falta de avanço nas negociações
com o Governo Federal em relação às demandas por reestruturação da
carreira e recomposição salarial” (A nota do CAMUFRO pode ser encontrada
em: https://www.instagram.com/p/C5lcilkLZcQ/?igsh=dTRid2N5YzFpcHY%3D).
Também, os acadêmicos do Curso de Enfermagem da UNIR, manifestaram seu apoio à greve em
Nota
oficial: “O Centro Acadêmico Do Curso de Enfermagem da Universidade
Federal de Rondônia (CAENF) diante do contexto atual do movimento de
greve dos docentes e técnicos das instituições de ensino superior e
compreende a relevância das reivindicações apresentadas”. A nota ainda
defende, “que a greve é uma resposta constitucional (Art. 9) e legitima,
devido à falta de avanço nas negociações com Governo Federal em relação
às demandas por reestruturação da carreira e recomposição salarial e a
não sucateamento das instituições de ensino superior. (A nota do CAENF
está disponível em: https://www.instagram.com/p/C5r4YNUMvE1/?igsh=MTY2NGNmcXlyOHB5aw%3D%3D)
Representantes
do DCE/UNIR também participaram da plenária unificada da UNIR que
reuniu professores, técnicos e estudantes para encaminhar as diversas
agendas de mobilização. A mobilização dos cursos, com passagens em sala e
panfletagem, também unificou as três categorias no campus de Porto
Velho, a partir do início do semestre letivo. Em apoio a greve, a
reitoria da UNIR suspendeu a semana de acolhimento do início do
semestre, que deveria iniciar no último dia 11.
As informações sobre a greve dos professores da UNIR pode ser encontrada em: https://adunir.com.br/