Após recaptura, Polícia Federal focará investigação no apoio de facção a fugitivos de Mossoró

Após recaptura, Polícia Federal focará investigação no apoio de facção a fugitivos de Mossoró

Com o comboio que levava Deibson e Rogério, foram apreendidos, além de um fuzil, dois carregadores, oito celulares e dinheiro em espécie

O comboio de três veículos com quatro pessoas que os acompanhavam e o repasse de R$ 5 mil de um morador do Complexo do Alemão, região da Zona Norte do Rio dominada pelo Comando Vermelho, são as principais provas de que Rogério Mendonça e Deibson Nascimento tiveram apoio de uma facção criminosa para se manter foragidos depois da fuga da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). A ajuda continuará a ser investigada pela Polícia Federal.

— Eles foram presos a cerca de 1,6 mil quilômetros do local da fuga, o que demonstra que obviamente foram ajudados por criminosos externos. Tiveram auxílio de seus comparsas das organizações criminosas — afirmou nesta quinta-feira o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ao dar mais detalhes sobre a captura.

Os fugitivos foram recapturados nesta quinta-feira em Marabá, no Pará. Com o comboio que levava Deibson e Rogério, foram apreendidos, além de um fuzil, dois carregadores de munição e oito celulares, além de uma quantidade de dinheiro não especificada. Os R$ 5 mil repassados para os fugitivos ainda no Rio Grande do Norte foram enviados para o mecânico Ronaildo Fernandes, dono de um sítio onde ambos se esconderam na zona rural de Baraúna, município vizinho a Mossoró.

Ronaildo recebeu o dinheiro que passou a Deibson e Rogério por Pix feito por Roberto Paulo Santos, que tem endereço no Complexo do Alemão, de acordo com a polícia. Segundo a PF, a transferência indica “o possível interesse da facção carioca (Comando Vermelho) em apoiar e financiar os fugitivos”, conforme trecho da decisão judicial que autorizou a prisão do mecânico. Ele alegou ter ajudado a dupla porque a família havia sido ameaçada.

Os foragidos ficaram escondidos no sítio por sete dias. Eles foram levados à propriedade por uma outra pessoa, que os retirou de carro da comunidade de Juremal, um assentamento sem-terra.

A PF apontou que o Comando Vermelho tem ramificações em Baraúna e em Aquiraz (CE) que poderiam estar ajudando os fugitivos, além de contarem com a parceira da facção local Sindicato do Crime. Deibson e Rogério faziam parte do Comando Vermelho no Acre, de onde foram transferidos para Mossoró após participarem de uma rebelião em um presídio.

Ronaildo foi um dos oito presos durante a busca aos criminosos, antes da captura. A primeira prisão foi em 21 de fevereiro, em Quixabeirinha, em Mossoró. O preso tinha um mandado de prisão temporária em aberto. Ele teria ido ao Ceará para trazer um veículo até Baraúna para os dois.

Presos no Ceará

As duas últimas prisões, antes da captura, foram no Ceará, neste mês. No dia 8, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado prendeu em Fortaleza Nícolas Rodrigues Alves, conhecido como “Homem de Pedra” ou “Deputado”, integrante do Comando Vermelho no estado. Ele teria organizado uma rede para permitir que os fugitivos deixassem o Ceará de barco ao lado de João Victor Xavier da Cunha, preso na segunda-feira na Praia do Futuro, na capital do estado. Xavier é natural de Baraúnas.


Fonte: O GLOBO

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