Empresário e escritor sofreu parada cardíaca na madrugada desta terça-feira (19)
Herz nasceu em São Paulo em 28 de maio de 1940, em uma família de judeus alemães que haviam aportado no Brasil no ano anterior, fugindo do nazismo. Em 1947, a mãe dele, Eva, criou a Biblioteca Circulante, serviço de empréstimo de livros que funcionava na casa da família e foi o embrião da Livraria Cultura. Herz contou essa história em sua autobiografia, "O livreiro", escrita em parceria com a jornalista Laura Greenhalgh e lançada em 2017 pela Planeta. "O negócio atingiu um ponto tal que os livros tomaram conta da nossa casa", contou Herz no livro.
A Biblioteca Circulante se transformou definitivamente em Livraria Cultura em 1969, quando se mudou para uma loja do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. Herz, que se tornou sócio da empresa, havia trabalhado na Livraria Basileia, em São Paulo, e vivido um tempo na Europa, onde lavou pratos e foi locutor da BBC.
Em 2001, com a morte de Eva, Herz assumiu definitivamente a empresa, comandou a expansão da rede e se tornou o maior livreiro do Brasil. A Cultura chegou a ter 18 lojas em várias capitais e um catálogo de nove milhões de livros. A joia da coroa era a loja do Conjunto Nacional, que se consolidou como um dos mais prestigiados locais para lançamento de livros no país.
A Cultura também passou a vender não apenas livros, mas também CDs, DVDs e equipamentos eletrônicos. A estratégia se intensificou quando os filhos de Herz, Sérgio e Fabio, assumiram a empresa e depois foi apontada como uma das razões dos problemas financeiros da rede. Em 2017, a Cultura comprou a operação brasileira da rede francesa Fnac.
Até 2018, a Cultura foi uma das principais redes de livrarias do país, mas entrou em recuperação judicial naquele ano (ao mesmo tempo que a Saraiva) e reportou uma dívida de R$ 285 milhões. Em 2019, o próprio Herz pediu à Justiça para entrar na lista de credores da empresa. Ele alegou ter sido avalista de um empréstimo de R$ 511 mil contraído pela Cultura junto ao Itaú. Quando a empresa entrou em recuperação judicial, o banco executou a cobrança das cotas de um fundo de investimento que Herz havia cedido como garantia.
No ano passado, a falência da Cultura foi decretada e revertida duas vezes. Em fevereiro deste ano, a Justiça negou os recursos da empresa e autorizou a ordem de despejo da loja do Conjunto Nacional. Os proprietários do imóvel afirmam que os aluguéis atrasados desde 2020 já somam R$ 15 milhões. A Cultura, em contrapartida, alega que o fechamento da loja do Conjunto Nacional impossibilitaria a recuperação econômica da empresa.
Fonte: O GLOBO
Até 2018, a Cultura foi uma das principais redes de livrarias do país, mas entrou em recuperação judicial naquele ano (ao mesmo tempo que a Saraiva) e reportou uma dívida de R$ 285 milhões. Em 2019, o próprio Herz pediu à Justiça para entrar na lista de credores da empresa. Ele alegou ter sido avalista de um empréstimo de R$ 511 mil contraído pela Cultura junto ao Itaú. Quando a empresa entrou em recuperação judicial, o banco executou a cobrança das cotas de um fundo de investimento que Herz havia cedido como garantia.
No ano passado, a falência da Cultura foi decretada e revertida duas vezes. Em fevereiro deste ano, a Justiça negou os recursos da empresa e autorizou a ordem de despejo da loja do Conjunto Nacional. Os proprietários do imóvel afirmam que os aluguéis atrasados desde 2020 já somam R$ 15 milhões. A Cultura, em contrapartida, alega que o fechamento da loja do Conjunto Nacional impossibilitaria a recuperação econômica da empresa.
Fonte: O GLOBO
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