Pressão de preços de alimentos e da recomposição do ICMS da gasolina saem da conta da taxa deste mês
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S), na segunda quadrissemana de março, mostra que efeitos sazonais estão sendo deixados para traz e a taxa começa a desacelerar nas sete capitais pesquisadas pelo FGV Ibre (Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo). O IPC-S variou 0,38% e acumula alta de 3,21% nos últimos 12 meses. A expectativa é que feche o mês entre 0,10% e 0,15%.
- A inflação de janeiro foi pressionada pelo aumento de mensalidade e a de fevereiro pela gasolina. O que o IPC-S mostra agora é um alívio da pressão dos alimentos in natura e que a recomposição do ICMS da gasolina ficou para traz. Agora, em março, não existe nenhuma fonte de pressão na taxa. Então, é provável que este mês a gente fique com uma inflação baixa em torno de 0,10%, 0,15% - explica o economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre.
Braz destaca que dentro de alimentação, os itens que estão subindo de preço são os de feira livre, como batata, cenoura, cebola, sob o efeito das ondas de calor.
- Independente do El Niño, entre dezembro e março é o período em que esses alimentos normalmente sobem muito de preço. Mas a gente está entrando no outono esta semana, isso já começa a se refletir nas safras desses produtos, que começam a ficar menos afetados. À medida que o clima se normaliza, essa condição climática melhora e a oferta desses alimentos aumenta e o preço começa a ter uma inflação menor até o ponto em que eles começam a devolver esses aumentos acumulados nos últimos meses. Então essa é a nossa expectativa, que daqui pra frente haja uma queda no preço dos alimentos in natura.
O economista reforça que a pressão vem de alimentos de safra muito curta. Com exceção do arroz e do feijão, poucos outros da cesta básica pressionam a inflação.
- Se a gente olhar laticínios, carne bovina, suína de aves, pães, vê que ali não existe inflação forte. Tirando os itens in natura, a inflação de alimentos fica baixa. Então não há, por exemplo, o que governo fazer, pois os problemas de safra são temporários, têm a ver com sazonalidade. E isso é até uma boa notícia, porque o outono já ajuda a devolver parte dessa inflação acumulada.
Fonte: O GLOBO
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