Investigadores desconfiam que fugitivos podem estar escondidos em grutas; 500 policiais atuam na recaptura
Os detentos identificados como Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento — conhecido como “Tatu” ou “Deisinho” — também estiveram envolvidos na rebelião ocorrida em julho de 2023 no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, segundo informações fornecidas pela Secretaria de Segurança Pública do Acre.
Na ação, cinco presos foram executados com requintes de crueldade, com decapitações e esquartejamentos.
Corte em ferrolho de cela, foto de outros presídios onde estiveram os fugitivos de Mossoró — Foto: Reprodução
Confira o que já se sabe sobre o caso:
Esconderijo em grutas
Em entrevista em Mossoró, neste domingo, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que cerca de 500 policiais estão trabalhando em dois turnos para encontrar os detentos.
O ministro afirmou ainda que os dois podem estar dentro de um perímetro de 15 quilômetros, contornando a penitenciária. Investigadores cogitam a possibilidade dos fugitivos estarem escondidos em grutas na região, o que dificulta o sensor térmico dos drones.
Construção de muralhas
Algumas medidas também estão sendo tomadas para garantir a segurança da população que vive nos arredores da unidade prisional, como a construção de muralhas no entorno dos prédios.
— A próxima muralha será feita aqui em Mossoró, e as demais medidas que nós anunciamos, reconhecimento facial, iluminação, videocâmeras, o incremento da inteligência, a contratação de mais policiais penais federais, isso tudo está sendo providenciado — disse Lewandowski.
Buraco na parede
Os detentos conseguiram arrancar uma parte metálica onde ficava a iluminação da cela. Então, subiram até o teto, de onde acessaram uma abertura entre as paredes por onde passam tubulações de água e ventilação.
Depois, os presos acessaram o terraço da penitenciária, onde havia um canteiro de obras. Eles encontraram um alicate deixado por operários, e conseguiram cortar o alambrado da prisão e fugir.
Uso de barras de ferro
Os presos utilizaram barras de ferro para aumentar o buraco cavado e conseguir escapar. As peças foram retiradas das paredes das celas. Segundo o blog da jornalista Julia Duailibi (g1), Rogério Mendonça e Deibson Nascimento enrolaram uniformes dos detentos na barra de ferro para fazer menos barulho.
Os dois, por estarem no Regime Disciplinar Diferenciado (RRD), não costumavam sair nem para o banho de sol, revelou a repórter. Cada um contava com um solário individual dentro da cela.
Câmeras sem funcionar
Os investigadores perceberam que algumas câmeras dos corredores estavam sem funcionar. A ausência dos dois só foi notada às 5h de quarta-feira, uma hora e meia após o início da fuga.
O colunista do GLOBO Lauro Jardim revelou que 124 câmeras de segurança, fundamentais na vigilância da penitenciária de segurança máxima de Mossoró, estavam sem funcionar. As informações são de um relatório de inteligência produzido por autoridades policiais em maio de 2021.
Família refém
Os dois detentos fizeram uma família de refém na noite da última sexta-feira. Segundo investigadores, os fugitivos invadiram uma casa localizada na área rural da cidade, pediram comida, queriam ver notícias sobre a fuga e roubaram celulares. A dupla ficou no local por cerca de quatro horas e não pediu dinheiro.
Objetos encontrados
Também na sexta-feira, policiais encontraram duas camisas, uma rede e rastros de sapatilhas semelhantes àquelas usadas pelos internos, em uma área da Serra de Mossoró, a 11 quilômetros do local da fuga.
Fonte: O GLOBO
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