Atacante de 40 anos confirmou que não jogará no clube peruano e disse que sua mãe começou a receber ameaças no dia da assinatura do vínculo
O atacante Paolo Guerrero confirmou, nesta quinta-feira, que não jogará pelo César Vallejo, do Peru. Em uma entrevista ao canal Primera Edition, da América Televisión, o jogador de 40 anos explicou os motivos que o fizeram romper o contrato com a equipe peruana e disse que sua mãe começou a receber ameaças no dia da assinatura de seu vínculo.
— O dia em que assinamos o contrato foi durante uma tarde. Foi tudo uma felicidade e bem tranquilo, já tinha a ideia de viajar para Trujillo na mesma noite. Mas por volta das 20h, minha mãe me liga muito preocupada para me dizer ‘olha as mensagens que eles me mandaram, o que eu faço com isso’. Ela estava bem nervosa — disse Paolo Guerrero, que completou:
— O texto era muito curto e havia ameaças. Eu disse para ela se acalmar, não sabemos quem poderiam ser, que iríamos consultar o número com meu advogado, para ter certeza de que nada ia acontecer com mim porque o Peru me ama. Mas como não sabíamos até onde poderia ir essas ameaças decidi romper meu contrato.
Durante a entrevista, Guerrero contou que estava animado por jogar pela primeira vez no Peru — ele foi revelado pelo Alianza Lima, mas se transferiu para o Bayern de Munique antes mesmo de entrar em campo —, mas precisou tomar essa decisão pensando em sua família.
— Tentamos resolver isso internamente com o Richard Acuña (Presidente do César Vallejo), que está ciente de tudo. Eu nem queria que minha esposa descobrisse. O que eu mais queria era jogar em Vallejo, fiquei super feliz por chegar em Trujillo, uma cidade linda. Só tenho elogios a essa cidade. Eu não esperava que isso acontecesse. Quero pedir desculpa porque é uma decisão que tomei com toda a minha família — argumentou.
Entenda o caso
Anunciado no último dia 2, Paolo Guerrero decidiu romper seu contrato com o Cesar Vallejo depois que sua mãe, Petronila Gonzales, recebeu alguns telefonemas com ameaças no dia em que ele assinou o vínculo. A informação foi divulgada pelo presidente da equipe, César Acuña, que indicou que vai cumprir o desejo do atacante.
– Eu entendo o Paolo (Guerrero). No mesmo dia em que ele assinou o contrato, os criminosos ameaçaram a mãe dele. Eu entendo o Paolo. Acho que ele está meditando, avaliando, é a família ou é o futebol. Acho que ele não quer se expor. Eu faria o mesmo se fosse minha família – disse Acuña em entrevista coletiva.
Peruano, Guerrero é torcedor do Alianza Lima e começou na base da equipe da capital do Peru. No entanto, o atacante se transferiu para o Bayern de Munique antes de sua estreia profissional e durante toda a sua carreira disse que só jogaria no Alianza caso atuasse no futebol do país natal.
Desta forma, seu acerto com o César Vallejo rendeu uma enorme repercussão negativa. Inclusive, o advogado do atacante ligou para o ministro da Defesa do país para garantir segurança para chegar a Trujillo, sede do clube e cidade mais populosa do Norte do Peru.
Segundo a imprensa peruana, o atacante cogita a aposentadoria. Seu último clube foi a LDU, do Equador, onde fez oito gols em 20 jogos e foi campeão da Copa Sul-Americana.
Fonte: O GLOBO
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