Landim e Textor se encontraram em Orlando, durante pré-temporada do Fla
Os tempos em que Flamengo e Botafogo, além da rivalidade em campo, também travavam uma guerra fria nos bastidores, ficaram nos anos 2010. Mandatários dos rivais que se enfrentam hoje no Maracanã, Rodolfo Landim e John Textor vêm construindo uma relação de muita proximidade.
No último dia 27, os dois apareceram juntos em foto no estádio do Orlando City, onde o Flamengo enfrentou o time da casa em um de seus amistosos de pré-temporada. Além de tratar sobre negociações (a de Matheuzinho, principalmente), o momento foi uma demonstração pública desse alinhamento. O dono da SAF do Botafogo chegou a postar que “estaria torcendo pelo Brasil”, o que gerou burburinho entre os torcedores alvinegros.
— Falo com ele sempre. Falei com ele anteontem, hoje, e acho que ele está até vindo aqui para ver o jogo do Flamengo comigo — disse Landim ao ge dois dias antes da partida e da foto.
Nos bastidores, há uma admiração mútua entre os dois, que traçaram caminhos semelhantes no mundo empresarial. O presidente do Flamengo, que fez pós-graduação em administração na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, é um dos únicos dirigentes com quem Textor consegue se comunicar diretamente em inglês.
Os dois veem com interesse os modelos de gestão de ambos os clubes. Landim, por exemplo, é um defensor aberto da criação de uma SAF no Flamengo. Já Textor olha de perto para a ascensão do rubro-negro no cenário nacional. A dupla também se alinha nas discussões pela formação da liga.
As escolhas esportivas são outro aspecto que perpassa a relação. A opção de Textor de ir buscar Luís Castro no mercado português para levá-lo ao Botafogo foi bem vista por Landim, que, inclusive, construiu proximidade com o treinador, hoje no Al-Nassr. Naquele mesmo 2022 em que o alvinegro anunciou Castro, o Flamengo tinha o também português Paulo Sousa. E apostaria em Vítor Pereira no ano seguinte.
Se a negociação entre o alvinegro e Matheuzinho não decolou, o empréstimo de Pablo, ex-Fla, ao Botafogo, marca esse novo momento da relação entre os rivais nos bastidores.
Quando Textor assumiu a SAF alvinegra, havia tensão herdada justamente por conta de uma troca de camisas: a ida de Willian Arão do Botafogo ao Flamengo, via Justiça. Na época, Carlos Eduardo Pereira e Eduardo Bandeira de Mello, então presidentes de Botafogo e Flamengo, trocavam farpas públicas constantemente.
— Eu não gosto do Flamengo em campo, mas tenho muito respeito por Rodolfo e sua liderança — disse Textor, ao ge, em junho.
Fonte: O GLOBO
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