Medida tem o potencial de afetar as relações entre os dois Estados, e implicações podem incluir questões diplomáticas, políticas e econômicas
No rito diplomático, a medida tem o potencial de afetar significativamente as relações entre os dois países envolvidos, com implicações que vão desde questões diplomáticas a políticas e econômicas. Em primeiro lugar, chamar de volta o embaixador de um país pode levar a uma redução no nível de comunicação e cooperação diplomática. Isso pode incluir a suspensão de diálogos bilaterais, reuniões de alto nível e negociações diplomáticas.
Em casos mais sérios, a medida pode ser seguida pela expulsão de diplomatas do país anfitrião (ou seja, o que recebe o embaixador). Esta medida pode acontecer como forma de retaliação ou para enviar um sinal de descontentamento mais forte. Em resposta a ações consideradas inaceitáveis pelo país de origem, a chamada de volta de um embaixador também pode ser seguida pela imposição de sanções econômicas, comerciais ou políticas.
É possível que haja restrições comerciais, congelamento de ativos ou proibições de viagens para indivíduos específicos. Em casos mais extremos, a decisão ainda pode levar a uma escalada das tensões entre os dois países, aumentando o risco de conflito ou hostilidades. Isso pode acontecer se uma série de medidas retaliatórias forem tomadas em resposta à chamada de volta do embaixador.
Entenda a crise diplomática
No último domingo, Lula comparou as mortes no enclave palestino ao Holocausto. As declarações do presidente, que também classificou como “genocídio” a guerra em Gaza, foram feitas em entrevista a jornalistas na Etiópia. No sábado, Lula discursou na sessão de abertura da cúpula da União Africana, e teve reuniões bilaterais com líderes do continente, além do primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh. No encontro, ele criticou Israel e o Hamas.
O presidente comparou Gaza com o Holocausto no momento em que criticava países ricos que suspenderam o financiamento à agência da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em inglês), após a denúncia do governo israelense de que funcionários do órgão haviam participado do ataque terrorista do Hamas a Israel em outubro do ano passado.
— Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar contribuição para a questão humanitária aos palestinos, fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio — disse Lula. — Não é uma guerra entre soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças.
Lula afirmou que, “se houve algum erro nessa instituição, apura-se quem errou, mas não suspenda a ajuda humanitária para um povo que está há décadas tentando construir o seu Estado”. Ele anunciou que o Brasil fará um “novo aporte de recursos” para a UNRWA, mas não detalhou valores “porque não é o presidente quem decide”. Após a série de declarações, o governo israelense anunciou que iria repreender o embaixador brasileiro no país, e o petista foi declarado persona non grata em Israel.
Fonte: O GLOBO
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