Resort de luxo de Maricá assina acordo de intenção para financiamento de até R$ 3,5 bi

Contrato foi firmado entre o Maraey e bancos de órgãos multilaterais como o Banco Mundial

O Maraey, complexo turístico e residencial com hotéis cinco estrelas que quer se instalar em Maricá (RJ), anunciou a assinatura de um “acordo de intenção” para eventual financiamento de até R$ 3,5 bilhões.

O contrato, que engloba a primeira fase do projeto, foi firmado nesta quinta-feira na Feira Internacional de Turismo de Madri (Fitur) junto a bancos de órgãos multilaterais: o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF); o BID Invest, ligado ao Banco Interamericano de Desenvolvimento; e a International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial.

A primeira fase do projeto abrange três hotéis (somando 1,1 mil quartos) e 244 “branded residences” afiliadas à rede Marriott International, além de uma escola de hotelaria certificada pela École Hôtelière de Lausanne. Segundo o projeto Maraey, os diálogos bilaterais levaram mais de um ano até a assinatura do acordo de intenção. Os organismos avaliaram os impactos econômicos, ambientais e sociais do empreendimento.

“Embora seja reconhecido mundialmente por suas qualidades, o turismo brasileiro ainda tem gargalos que precisam ser debatidos em conjunto pelos poderes públicos e privados, como a promoção do país, a segurança, a conectividade aérea, a oferta de mais e melhores produtos hoteleiros e a formação de profissionais, além de estruturações financeiras mais qualificadas para viabilizar novos desenvolvimentos”, afirmou, em nota, Emilio Izquierdo, CEO de Maraey.

Obras paralisadas

As obras do Maraey estão paradas desde maio do ano passado, quando o ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu liminar interrompendo a construção por supostos riscos a uma Área de Proteção Ambiental (APA). O Ministério Público do Rio (MP-RJ) se opõe à obra do resort — localizado entre a Lagoa de Maricá e a Praia da Barra de Maricá — prevendo danos irreversíveis ao ecossistema de restinga.

Recorreram da decisão o IDB Brasil — responsável pelo projeto —, a Prefeitura de Maricá e o Governo do Estado do Rio. Segundo o IDB Brasil, as partes aguardam o julgamento do recurso pelo colegiado do STJ.

Orçado em pelo menos R$ 11 bilhões, o empreendimento terá o primeiro resort temático da marca Rock in Rio; o primeiro hotel da bandeira Ritz-Carlton Reserve na América do Sul; um resort all-inclusive da bandeira JW Marriott; condomínio residencial de alto padrão; campo de golfe; centro hípico; e serviços como escola e hospital.


Fonte: O GLOBO