Mudança no critério de correção reduziu drasticamente o número de dissertações que cumprem todos os requisitos do exame para o ingresso no ensino superior
Entre os dias 22 e 25 de janeiro — ou seja, de segunda a quinta-feira da próxima semana —, serão abertas as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que disponibilizará 264 mil vagas em instituições públicas de educação superior de todo o país a partir dos resultados do Enem 2023.
Na última edição, os candidatos do exame nacional precisaram produzir uma redação dissertativa-argumentativa com o tema "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil".
De acordo com o MEC, as redações são corrigidas de acordo com as cinco competências apresentadas na matriz de referência: domínio da escrita formal, compreensão do tema, coesão, argumentação e respeito aos direitos humanos. O espelho das redações produzidas pelos vestibulandos, com detalhes da correção, só serão disponibilizados 90 dias após a divulgação das notas.
O exame obteve um total de 3,9 milhões de inscritos, porém 1,2 milhão não realizou a prova — o equivalente a quase um terço dos estudantes. Dentro deste total, XXX obtiveram nota máxima na redação.
Como é feita a correção da redação?
Desde o início do Enem, cada redação é analisada por dois corretores. Em 2012, se a diferença das notas fosse acima de 200, um terceiro avaliador seria chamado. No ano seguinte, essa margem aceitável caiu para 100 pontos.
A alteração fez o número de redações nota 1000 despencar. Em 2012, o número de dissertações com nota máxima era de 2.083, e caiu para 481 no ano seguinte, a partir da mudança na correção. Em 2026, o número de redações nota 1000 chegou a somente 77 e, depois disso, sempre esteve abaixo de 60. Em 2021, durante a pandemia da Covid-19, o número de redações nota 1000 chegou a 22, resultado direto do menor número de inscritos do exame.
Fonte: O GLOBO
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