Ex-prefeita deve retornar ao PT para compor a chapa com deputado do PSOL, principal adversário do atual prefeito. Ela estava na secretaria de Relações Internacionais há três anos
Segundo aliados, em reunião no gabinete de Nunes nesta terça-feira (9), Marta insistiu para que a exoneração fosse “a pedido”, mas o prefeito não acatou a solicitação, irritado com a forma como a articulação com Boulos ocorreu — “pelas costas”, segundo interlocutores do emedebista.
A saída da ex-ministra foi antecipada pelo prefeito, que alegou “quebra de confiança” por parte de Marta, que viajou a Brasília na segunda-feira para uma agenda pública com Lula sem comunicar o prefeito. Marta só pretendia se encontrar com o chefe do Executivo paulistano no retorno de suas férias, no dia 15.
A reunião de ontem na sede da prefeitura, antecipada pelo GLOBO, começou às 17h e durou cerca de duas horas. Nenhum dos dois falou com a imprensa após o encontro, que também contou com a participação do secretário de Governo, Edson Aparecido, e do empresário e marido de Marta, Márcio Toledo.
A reunião de ontem na sede da prefeitura, antecipada pelo GLOBO, começou às 17h e durou cerca de duas horas. Nenhum dos dois falou com a imprensa após o encontro, que também contou com a participação do secretário de Governo, Edson Aparecido, e do empresário e marido de Marta, Márcio Toledo.
Segundo uma pessoa que estava na reunião, ao justificar as tratativas com Boulos, o marido de Marta disse que "o que está em jogo (na eleição municipal de São Paulo) é a reeleição do Lula". O casal afirmou que só não procurou por Nunes antes porque a conversa com Lula só ocorreu ontem. Nunes, porém, rebateu que as tratativas estão sendo noticiadas há pelo menos duas semanas.
Marta divulgou uma carta à imprensa minutos depois de deixar a reunião, com a data "10 de janeiro" no início do documento. No texto, a agora ex-secretária fala em "pedido de demissão em comum acordo", agradece a Nunes pelo período em que fez parte da equipe do prefeito, mas diz que o cenário político da cidade "prenuncia uma nova conjuntura".
Nunes soube do encontro de Marta com Lula pela imprensa. Horas antes, ele havia reiterado a confiança na secretária em entrevista a jornalistas. A articulação para uma composição com Boulos, tido como o principal adversário de Nunes na corrida eleitoral de 2024, foi vista como uma traição, já que a secretária não procurou o prefeito para conversar sobre a possibilidade de abandonar o barco.
Fonte: O GLOBO
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