Após vários anos de secas, chuvas atípicas do El Niño devem garantir colheita de 52 milhões de toneladas, a mais alta desde 2019 e que deve ajudar, e muito, nos planos econômicos do presidente
A projeção para a colheita do segundo trimestre aumentou 4% em relação à estimativa de dezembro, conforme um relatório mensal da Bolsa de Comércio de Rosário. A produção está pronta para se recuperar depois que as chuvas finalmente atingiram uma vasta região ocidental do cinturão agrícola dos Pampas.
"A mudança tem sido notória em grande parte do oeste da Argentina", escreveu no relatório a equipe de análise econômica da Bolsa de Rosário.
Uma safra de soja argentina de 52 milhões de toneladas superaria em 160% os resultados pífios do ano passado, facilitando os planos do novo presidente Javier Milei de conseguir colocar a economia do país nos trilhos.
Afinal, as vendas de grãos da Argentina costumam representar 25% das receitas de exportação do país.
A Argentina costuma ser o maior exportador de farelo e óleo de soja do mundo e o terceiro maior fornecedor de milho.
No entanto, a seca que atingiu o país na temporada passada foi tão severa que o Brasil o ultrapassou pela primeira vez em 25 anos como o principal fornecedor mundial de farelo de soja.
A projeção da Bolsa de Comércio de Rosário está de acordo com as estimativas da empresa canadense de análise de satélites EarthDaily, que recentemente elevou sua previsão básica para a soja argentina para 52,4 milhões de toneladas.
Grãos de soja são transferidos de uma máquina de colheita para um trator em uma fazenda na Argentina — Foto: Diego Giudice/Bloomberg
Os analistas da Bolsa de Rosário também revisaram para cima sua estimativa mensal da safra de milho em 5,4%, para 59 milhões de toneladas, o que seria uma safra recorde, já que os solos úmidos aumentam o potencial de rendimento das plantas.
Fonte: O GLOBO
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