O advogado Benedito Antonio Dias da Silva foi expulso do grupo Prerrogativas, formado por juristas próximos ao governo Lula, após ser acusado de misoginia pelos colegas em virtude de comentários sobre a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT. Coordenador do grupo, Marco Aurélio de Carvalho afirmou ao GLOBO que a dirigente petista merece "nosso carinho e nosso respeito" por "tudo que tem feito pelo país". Já Dias da Silva se diz "vítima de um absurdo".
Durante discussão entre os membros, Dias da Silva afirmou que o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), namorado de Gleisi, seria o "presidente de fato" da sigla. Ele argumentou que o casal representaria um "bloco monolítico" e foi duramente criticado por outros integrantes, especialmente por mulheres.
Logo em seguida, Marco Aurélio de Carvalho confirmou a expulsão, que classificou como uma medida atípica dentro do grupo:
— Reiteramos a nossa admiração, o nosso respeito, a nossa gratidão em relação à presidenta Gleisi. Ela merece o nosso carinho, o nosso respeito, o nosso reconhecimento e o nosso aplauso por tudo que tem feito pelo país, pelo presidente Lula. Não tínhamos outra alternativa a não ser, de fato, removê-lo do grupo. E ele concordou com essa postura.
Na avaliação de integrantes, Benedito Antonio Dias da Silva vinha acumulando uma série de comentários machistas e ofensivos à comunidade LGBTQIA+, além de não demonstrar preocupação com o racismo, temas condenados pelo Prerrogativas.
Ao GLOBO, porém, o advogado disse ter sido "vítima de um absurdo" ao ser expulso por "exercer um direito de pensamento":
— Em pleno século XXI, uma pessoa escreve e é colocada fora por causa do pensamento. Admiro o casal de parlamentares há muito tempo, e percebi que são harmônicos no entendimento, formam um bloco monolítico. E dizer que é presidente "de fato" não denigre ninguém. Muito pelo contrário. Mostra que há identidade perfeita e exemplar entre eles — pontuou.
Fonte: O GLOBO
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