Estimativa de inflação para este ano tem nova redução no Boletim Focus

Estimativa de inflação para este ano tem nova redução no Boletim Focus

Na primeira divulgação após fechamento do IPCA de 2023, mercado prevê taxa de 3,87% para 2024

O mercado reduziu mais uma vez a projeção de inflação para este ano, agora a estimativa é de 3,87%. Há quatro semanas os analistas projetavam uma taxa de 3,93%, que vem sendo reduzida semana a semana. No primeiro Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, após a informação do IPCA fechado de 2023 - que ficou em 4,62% - também foi revisto de R$ 5 para R$ 4,95 a cotação do dólar para este ano. Até aqui o câmbio não vinha sendo alterado na previsão dos economistas.

Para Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, a melhora para 2024 é uma boa notícia, mas o foco deve estar na taxa de inflação prevista a longo prazo que ainda está acima da meta:

- O mais importante que a gente tem que acompanhar são as expectativas de inflação mais longas, de 2025, 2026 e até mesmo 2027, que se mantêm estáveis já há bastante tempo em patamar um pouco acima da meta. A previsão é de 3,5% para todos os anos. De qualquer forma, revisão um pouco pra baixo em 2024, não deixa de ser uma boa notícia. 

Se esse cenário de fato se concretizar, talvez a gente veja mais à frente as expectativas mais longas caindo. Quando a gente olha uma de uma maneira um pouco mais longa, acho que vale a pena citar também a queda da Selic que há 4 semanas, estava em 9,25% para 2024 e hoje está em 9% e também a taxa de câmbio que semana passada estava em R$ 5 e hoje está em R$ 4,95.

A redução da estimativa para o IPCA surpreendeu alguns analistas que previam uma revisão altista no Boletim Focus desta semana, devido ao fato de o IPCA de dezembro ter ficado acima das projeções do mercado, alta de 0,56%. O resultado elevou preocupação quanto a continuidade da desinflação de serviços para 2024 e diminui a expectativa de aceleração do ciclo de cortes da Selic, que deve se manter 0,50 nas duas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).


Fonte: O GLOBO

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