As polícias Civil e Federal estão entre os órgãos que mais receberam documentos do conselho
Os RIFs são o resultado de análise de comunicações recebidas e de intercâmbio de informações financeiras. Quando o Coaf observa indícios de lavagem de dinheiro ou outro ilícito, o documento é encaminhado à autoridade competente por investigar. No ano passado, o órgão que mais recebeu os relatórios do conselho foi a Polícia Civil, seguida pela Polícia Federal.
As comunicações suspeitas, por sua vez, são encaminhadas ao Coaf por alguns setores, como bancos, quando observam indícios de crime. Em caso de movimentação em dinheiro em espécie acima de R$ 50 mil, por exemplo, as instituições são obrigadas a informar o conselho.
Em 2019, o Supremo definiu que é constitucional o compartilhamento de relatórios de inteligência financeira do Coaf no âmbito de investigações criminais, sem a necessidade de autorização judicial. Conforme a tese definida pelos ministros, o compartilhamento só pode ser feito por comunicações formais.
No ano passado, a questão voltou a ser discutida antes de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin derrubar, em novembro, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que havia definido como ilegais os RIFs solicitados diretamente pelas polícias, sem autorização judicial.
Bancos lideram avisos
A maior parte das comunicações de atividades suspeitas parte dos bancos, com 5,6 milhões envolvendo diferentes assuntos, como cooperativa de crédito e consócios. O número teve um pequeno aumento em relação a 2022, quando foram registradas 5,5 milhões de comunicações.
Houve também um aumento dos avisos envolvendo o comércio de joias, pedras e metais preciosos (41,8%) e de bens de luxo ou de alto valor (45%). Em relação a objetos de arte e antiguidades, por sua vez, o número já era pequeno e teve uma redução de comunicações, saindo de 11 em 2022 para 3 em 2023.
Desde fevereiro de 2020, os cartórios devem informar ao Coaf sobre atividades suspeitas. Em 2022, foram 1,54 milhão de avisos e em 2023 foram 1,46 milhão, uma queda de 5,5%.
Sobre a redução de comunicações recebidas em 2023, o Coaf afirmou que a variação não foi significativa.
Fonte: O GLOBO
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