O distúrbio é causado pela deficiência de vasopressina, hormônio liberado pela glândula pituitária que regula o teor de água e sal do corpo
Tomar mais de três litros de água por dia para alguns pode ser um hábito inofensivo, porém para outros pode ser sinônimo de uma rara deficiência hormonal que, se não tratada, pode ser fatal. Conhecida como síndrome de poliúria-polidipsia, a ingestão excessiva de líquidos pode ser também concomitante a uma doença psicológica.
O distúrbio hormonal é causado pela deficiência de vasopressina, hormônio liberado pela glândula pituitária que regula o teor de água e sal do corpo. As pessoas que não produz de forma eficiente este hormônio não conseguem concentrar a urina, perdendo grandes quantidades de líquidos e, consequentemente, sentindo muita sede.
É importante diferenciar as duas causas para saber qual o melhor tratamento. Se for algo inofensivo e apenas um hábito do paciente, ele receberá terapia comportamental para ajudá-lo a reduzir gradualmente a ingestão de líquidos. Porém, se for falta de vasopressina, eles precisam receber o hormônio. Se um paciente for tratado por engano com vasopressina, isso pode levar à intoxicação por água, que pode ser fatal.
Nos últimos anos, cientistas tentam achar um teste que seja capaz de identificar no paciente qual dos dois casos. O Professor Mirjam Christ-Crain e a médica Julie Refardt, juntamente com vários centros nacionais e internacionais, têm trabalhado em dois métodos para distinguir os dois distúrbios.
Em um deles, há a liberação de vasopressina através de uma infusão de sal altamente concentrada e que seria extremamente confiável, entretanto, devido ao aumento resultante na concentração de sal, é necessário um monitoramento constante, incluindo medições a cada meia hora dos níveis de sal no sangue dos pacientes.
Outro teste é feito com arginina, aminoácido que também estimula a liberação de vasopressina e demonstrou fornecer um diagnóstico confiável.
Segundo os pesquisadores, depois de realizar um estudo envolvendo 158 participantes, relataram que a infusão de sal resultou num diagnóstico correto para mais de 95% dos pacientes, enquanto a fusão de arginina levou a um diagnóstico correto em pouco menos de 75% dos casos.
"Em vista desses resultados, recomendamos o teste de infusão de sal como o padrão-ouro para a diferenciação confiável entre polidipsia e deficiência de vasopressina”, afirma Refardt.
Fonte: O GLOBO
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