Segundo no Pan, Brasil mira ‘sarrafo alto’ em Paris-2024

Segundo no Pan, Brasil mira ‘sarrafo alto’ em Paris-2024

Delegação bateu recorde de medalhas (205) em Santiago

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) comemora a melhor campanha da história em Jogos Pan-americanos. Em Santiago-2023, o Time Brasil conquistou 40 vagas olímpicas em 21 modalidades, além de ter batido o recorde de medalhas de ouro (66) e totais (205) da competição. As mulheres obtiveram a maioria das medalhas: 95 (sendo 33 de ouro) contra 92 dos homens (30 ouros), além de 18 pódios de times mistos. O Brasil terminou na segunda colocação no quadro de medalhas, atrás dos Estados Unidos.

Em Lima-2019, havia chegado ao segundo posto pela primeira vez, com 54 medalhas de ouro, do total de 169. Além disso, à época, foram conquistadas 29 vagas olímpicas.

Segundo Sebástian Pereira, gerente de alto rendimento do COB, o sarrafo de Paris-2024 é mais alto, “estilo Duplain”, referindo-se ao sueco Armand Duplantis, campeão mundial e olímpico e que a cada competição sobe o sarrafo e bate o próprio recorde mundial do salto com vara:

— Mas a gente não tem medo desse tipo de desafio.

Para Ney Wilson, diretor de Alto Rendimento do COB, o Brasil sai do Pan “consolidado” na segunda colocação das Américas e “com estima em alta”:

— Esse evento não reflete o que será Paris. Aqui obtivemos 205 medalhas e em Tóquio chegamos a 21. Ou seja, 10%. Esperamos melhorar esse percentual para Paris, mas o nível é outro.

Até o momento, o Brasil tem 143 vagas para Paris-2024. A meta do COB é chegar a cerca de 330 atletas.

Os dirigentes do COB se referiram à ginástica e ao boxe como modalidades “papa medalhas”. A ginástica teve 31 pódios, com 11 ouros. Se fosse um país, teria terminado em nono no quadro de medalhas.

Só a ginástica rítmica ganhou oito ouros, em oito provas. A modalidade nunca havia conquistado medalha dourada em prova individual (e foram cinco). Na artística, caiu o tabu de ouros que vinha desde 2007. E a de trampolim, que não ia ao pódio desde 2011 e só tinha uma única medalha, ganhou quatro.

O boxe foi ao pódio em 12 das 13 possibilidades e classificou nove atletas para Paris. De nove finais disputadas, foi ouro em quatro. Diferentemente da ginástica, as disputas do boxe se deram entre os melhores das Américas, sem times B ou desfalques.

— A gente via os cubanos subirem no quadro de medalhas em função do boxe e hoje a gente vê o Brasil — elogia Marco Antônio La Porta, vice-presidente do COB.

Das quatro campeãs em Santiago, Beatriz Ferreira (60kg), Caroline Almeida (50kg), Jucielen Romeu (57kg) e Barbara Santos (66kg), Mateus Alves, treinador chefe da seleção permanente, aposta em Bia para ouro. Ela foi prata em Tóquio-2020 e tem três medalhas em Mundial, sendo dois ouros.

— Obviamente que Olimpíada é diferente. Temos os pés no chão, mas estou confiante em repetir a campanha de Tóquio com três medalhas — diz ele, que também destaca Keno Machado (92kg), prata em Santiago-2023, campeão olímpico dos Jogos da Juventude (2018) e prata em Mundial.

O boxe, a natação e o skate foram os esportes que mais conquistaram medalhas em Tóquio. O boxe, que tem meta de levar o time completo, buscará as quatro vagas restantes no pré-olímpico mundial, em março em Milão, na Itália.

Além de Rebeca Andrade, que estreou em Pans e conquistou quatro medalhas, sendo duas de ouro, Bárbara Domingos fez história mais uma vez e se tornou a atleta que mais conquistou medalhas da delegação brasileira. Foram três ouros: individual geral, bola e fita, além das pratas das maças e no arco.

Por ouros, o destaque foi Guilherme Costa, que conquistou quatro.

Na Olimpíada, porém, a possibilidade de medalha com a rítmica será bem menor. Além da concorrência, o torneio distribui apenas duas medalhas: individual geral (bola, maças, arco e fita) e conjunto (soma das coreografia mista e cinco arcos).

Bárbara, que prepara nova coreografia da bola para Paris-2024, tem meta de terminar no Top 10. No último Mundial, foi 11ª.

— A gente vai para pódio. A coreografia do arco está muito boa e se a gente aumentar a nota do misto temos chances reais, por isso vamos trabalhar numa nova série, com música brasileira e de olho nessa diferença — espera a técnica Camila Ferezin, que fez parte da equipe que detém até hoje a melhor colocação olímpica (oitavo lugar em Sydney-2000 e Atenas-2004).

Antes do Pan, a equipe feminina da ginástica artística e mais cinco ginastas haviam garantido vaga em Paris-2024. A rítmica havia se classificado com o conjunto e uma vaga no individual. Na semana que vem, os atletas do trampolim disputarão o Mundial da Inglaterra, classificatório para Paris. A maior chance é com Camila Gomes, quarta no ranking mundial e prata em Santiago-2023 na prova individual.

* A repórter viaja a convite da Panam


Fonte: O GLOBO

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