Equipamento não travado pode afetar distribuição de forças em caso de colisão e comprometer a capacidade do veículo de dissipar energia do impacto de forma eficiente
Todos os anos 1,35 milhão de pessoas perdem a vida em acidentes rodoviários, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde. Existem diferentes fatores que desempenham um papel na prevenção de acidentes rodoviários e na redução dos danos, caso estes não possam ser evitados. Alguns são óbvios, como os limites de velocidade e a infraestrutura rodoviária, e outros nem tanto, como o uso do cinto de segurança nos bancos traseiros do carro, mesmo quando não há passageiros.
Este último é designado por “elemento de segurança passiva” , com a capacidade de minimizar os danos que os ocupantes de um veículo podem sofrer em caso de colisão. A Direção Geral de Trânsito (DGT) da Espanha, mencionada em artigo do jornal espanhol El País, destaca o chamado “efeito elefante”. Isto pressupõe que, a uma velocidade de 60 km/h, o impacto de uma pessoa de 75 kg contra o banco dianteiro pode ser equivalente a uma força de 4,2 toneladas.
Agora, se não houver pessoas ocupando os bancos traseiros do carro, o risco não é eliminado, já que o efeito elefante também pode ocorrer em outros casos. Isso porque a integridade estrutural do veículo é projetada e testada levando em consideração a presença de ocupantes com cintos de segurança afivelados em todos os assentos. Quando um veículo é exposto a uma colisão, a distribuição das forças geradas desempenha um papel crucial na absorção da energia do impacto e na proteção dos ocupantes.
A ausência de cintos de segurança travados adequadamente pode afetar negativamente esta distribuição de forças e comprometer a capacidade do veículo de absorver e dissipar a energia do impacto de forma eficiente, explica o artigo.
Se existirem objetos soltos no interior do veículo, por exemplo, estes podem tornar-se projéteis com potencial para aumentar significativamente o risco de ferimentos nos ocupantes do veículo. Ao apertar os cintos de segurança você pode evitar o movimento descontrolado de objetos.
Por outro lado, se houver pacotes ou bagagens no porta-malas, em caso de impacto ou frenagem brusca, o peso dos objetos pode atingir o encosto do banco traseiro com força multiplicada, devido à inércia, e passar para frente, colidindo contra os bancos dianteiros. Os cintos apertados podem servir para reter o encosto e, se este se desbloquear devido ao peso transferido num impacto, podem minimizar o risco de a carga entrar no veículo e ferir os ocupantes.
Em última análise, a ligação entre a prevenção de danos e a integridade estrutural do veículo realça a importância do aperto do cinto de segurança em todos os bancos, mesmo quando os bancos estão vazios. Este elemento desempenha um papel fundamental na prevenção do movimento descontrolado de objetos. Isto contribui não só para a segurança pessoal dos ocupantes, mas também para a eficácia global do design de segurança do veículo em situações de emergência.
Fonte: O GLOBO
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