Naçoitan Araújo Leite (sem partido) está foragido; defesa alegou que o político 'está sofrendo constrangimento ilegal'
A Justiça de Goiás negou neste domingo um pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de Naçoitan Araújo Leite, prefeito do município goiano de Iporá. O político (sem partido) invadiu a casa da ex-namorada na madrugada de sábado e atirou 15 vezes. Ele está foragido.
Representado pelo advogado Francisco Damião da Silva, o prefeito alegou no pedido que "está sofrendo constrangimento ilegal" em decorrência de decisão que determinou a prisão preventiva de Naçoitan.
A defesa do prefeito também argumentou "ser desnecessária a decretação da prisão preventiva do paciente, por se tratar de medida extrema, em decorrência da possibilidade de aplicação de medidas protetivas".
O prefeito ainda defendeu a tese de que "faz jus ao foro especial por prerrogativa de função", pelo fato de ser o atual prefeito do Município de Iporá. As informações constam na decisão judicial que negou o pedido.
No documento, o desembargador Anderson Máximo de Holanda afirmou que as suspeitas que pesam contra Naçoitan "não guardam pertinência com o exercício do cargo de prefeito". "Dessa forma, não há que se falar, a princípio, em prerrogativa de foro especial do paciente".
Para o magistrado, o decreto de prisão preventiva justifica-se "pela necessária garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal, para assegurar a aplicação da lei penal e, ainda, preservar a integridade física e mental da vítima, cujas ações do paciente indicam a impertinência das medidas cautelares diversas da prisão no caso concreto".
O prefeito flagrado por câmera de segurança tentando invadir a casa da ex-namorada — Foto: Reprodução / TV Globo
Invasão à casa da ex
O nome de Naçoitan voltou ao noticiário neste sábado (18), após a Polícia de Goiás informar que o está procurando pela e invasão à casa da ex-mulher. Câmeras de segurança flagraram o prefeito derrubando o portão da casa com sua caminhonete.
Segundo a mulher, que não teve o nome revelado por proteção, o prefeito teria "descarregado um pente de arma" na porta do seu quarto. Ela diz ter "certeza" que ele foi ao local com o objetivo de matá-la por não aceitar o término do relacionamento, o que aconteceu há cerca de dois meses.
Foram identificados pelo menos 15 tiros de pistola 9mm. A mulher e o namorado dela, que também estava no local, conseguiram se esconder e não se feriram. A polícia civil investiga o caso como tentativa de feminicídio, e também tentativa de homicídio, contra o homem. Após ao caso, Naçoitan fugiu e ainda não foi localizado.
Procurada, a Polícia Civil de Goiás informou que "está adotando todas as medidas cabíveis para o devido cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido pelo Poder Judiciário"
Fonte: O GLOBO
Tags:
Brasil