O provável adeus de Messi ao Brasil: entenda a importância do país na carreira do craque

O provável adeus de Messi ao Brasil: entenda a importância do país na carreira do craque

Possibilidade de ser a última partida do jogador de 36 anos em solo nacional mobiliza torcida para Brasil x Argentina, no Maracanã

A alta procura por ingressos para Brasil x Argentina, nesta terça, no Maracanã, não se deve só ao apelo do clássico. A partida tem status de provável despedida de Messi diante dos brasileiros. Aos 36 anos, o craque só deve ter mais uma oportunidade de atuar no país. E os torcedores querem presenciar o ato final desta relação marcada por poucos gols, mas momentos históricos.

Apesar de Messi ser argentino e ter vivido a maior parte de sua vida na Espanha, o Brasil é parte relevante de sua trajetória. Principalmente o Maracanã. De suas 22 partidas no país, certamente as duas mais marcantes foram no estádio. A primeira delas, a final da Copa de 2014, vencida pela Alemanha (1 a 0). A famosa cena do meia mirando o troféu da Copa sem poder tocá-lo comoveu seus fãs e deixou no mundo do futebol a sensação de que o destino estava sendo cruel com aquele que, na época, já era considerado um dos maiores jogadores da História.

Mas o próprio Maracanã tratou de “resolver” esta questão sendo palco do título da Copa América de 2021 sobre o Brasil (1 a 0). Uma conquista considerada a gênese da equipe que viria a vencer a Copa do Mundo do Catar 15 meses depois.

Messi tirou o peso da cobrança de nunca ter sido campeão pela seleção principal e chorou na comemoração. Ficou famosa a cena, ainda no gramado, em que o camisa 10 veta seus companheiros, durante os festejos com a torcida, de cantarem uma música que provoca o Brasil e Pelé.

Não era demagogia. O vizinho tem importância ímpar para o craque hermano. Com o jogo desta terça, de número 23, o Brasil se isolará como o quinto país onde ele mais atuou e o primeiro depois daqueles em que defendeu alguma camisa: Espanha (651 partidas), França (75), Argentina (49) e Estados Unidos (28).

Os números de Messi no Brasil — Foto: Editoria de arte

Entre os estádios brasileiros, o duelo de amanhã fará do Maracanã, ao lado do Mineirão, aquele que mais recebeu Messi: cinco vezes cada. Mas, como ele também disputou uma partida no Nilton Santos (empate com o Chile, pela Copa América de 2021), o Rio de Janeiro se tornará a cidade do país em que mais atuou.

Os gols, no entanto, foram menos do que o público brasileiro gostaria de ter visto: apenas nove. Das 22 partidas disputadas até agora, Messi só balançou as redes em sete. Foram dois na Arena Pantanal (contra a Bolívia, pela Copa América 2021), dois no Beira-Rio (Nigéria, pela Copa de 2014) e mais dois no Mineirão (Irã, pelo Mundial; e Paraguai, pela Copa América 2019). Os três restantes foram no Maracanã (Bósnia, em 2014), no Olímpico de Goiânia (Equador, na Copa América 2021) e o contra os chilenos no Nilton Santos.

Os números de Messi no Brasil — Foto: Editoria de arte

O retrospecto é positivo para o técnico Fernando Diniz, já que até agora Messi segue em branco diante da seleção brasileira na casa dela. O próprio craque, embora tenha reconhecido que o rival não chega bem para o clássico, mostrou ter noção do desafio que o espera.

—As partidas contra o Brasil são clássicas. São jogos à parte, de muita história. Sobretudo por como vem esta história nos últimos tempos. Temos que nos levantar, mas respeitando o que eles são. Porque são o Brasil —afirmou ao diário Olé, após a derrota para o Uruguai, na última quinta.

Messi segue como referência técnica da Argentina. Mas retorna ao Brasil num momento completamente diferente das outras vezes. Sem novos desafios em termos de conquistas pela frente e apenas tentando aproveitar enquanto ainda tem futebol de alto nível.

Quanto tempo irá permanecer com sua seleção neste ciclo é uma incógnita. O presidente da Associação de Futebol Argentino, Claudio Tapia, e até o técnico Lionel Scaloni apostam que ele jogará o Mundial de 2026, que será realizado em conjunto por EUA, México e Canadá. Mas o próprio evita fazer qualquer promessa.

— Não penso nisso porque está muito distante. Penso é em chegar bem na Copa América (de 2024, nos EUA) — respondeu, em setembro, durante participação no canal de Youtube argentino Olga.

A ida para a MLS permitiu a Messi jogar em menor intensidade, o que é bom para evitar lesões graves. Mas, como terá 39 anos no próximo Mundial, sabe que o caminho até lá é imprevisível. Prefere aproveitar cada instante. Como certamente farão os torcedores brasileiros nesta terça, no Maracanã, diante de seu futebol.


Fonte: O GLOBO

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