Médico é condenado à prisão após deformar o rosto de pelo menos nove pacientes

Médico é condenado à prisão após deformar o rosto de pelo menos nove pacientes

Wesley Noryuki Murakami vai responder por lesão corporal contra nove mulheres

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) condenou o médico Wesley Noryuki Murakami da Silva, acusado de deformar o rosto de pacientes, a pena de 9 anos e 10 meses de prisão por crimes de lesão corporal contra nove mulheres. O profissional respondeu ao processo em liberdade, e por isso poderá também recorrer da decisão em liberdade.

No total, oito mulheres e um homem entraram com ações na Justiça contra Wesley, sendo a grande maioria pacientes que o procuraram para fazer harmonização facial entre 2013 e 2018.

— Todo o acervo probatório corrobora que tiveram a integridade física ofendida, deformidades permanentes em razão da conduta ilícita praticada pelo acusado. 

Durante anos, Wesley Noryuki Murakami da Silva realizou os procedimentos narrados na denúncia e pelas vítimas, a todo momento ciente dos resultados negativos, das dores experimentadas pelas ofendidas, dos transtornos, constrangimentos e deformidades que as atingiu. Mesmo assim, continuou praticando as condutas lesivas — afirmou o juiz Luciano Borges da Silva, da 8ª Vara Criminal dos Crimes Punidos com Reclusão e Detenção.

Uma das pacientes atendidas por Wesley narrou que procurou o médico para fazer uma bioplastia facial, orçada em R$ 8 mil. Ele teria usado apenas anestésico local, mesmo com a paciente relatando muitas dores e pedindo para parar.

Após o procedimento, a paciente afirmou que seu rosto ficou muito inchado, com inflamação e vermelhidão. Disse também que se iniciou um processo de necrose em seu nariz, e que precisou contratar um empréstimo bancário para fazer cirurgia de retirada do produto de seu nariz. A mulher também relatou que entrou em depressão e que outros médicos lhe disseram que não era possível retirar o produto, em razão do grave risco de perda dos movimentos da face.

Neste caso, o laudo de exame de corpo de delito elaborado pela Polícia Técnico-Científica concluiu que houve ofensa à integridade corporal da vítima, incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 trinta dias e deformidade permanente na região nasal.

O relato de outra paciente também dá conta de que Wesley realizava procedimentos sem nenhum pedido de exame prévio. Ela estava grávida, chegou a desmaiar no consultório e afirmou que após consultar outro médico, foi informada de que seu bebê sofria risco de vida em razão do procedimento feito pelo acusado, bem como pelos medicamentos receitados por ele.


Fonte: O GLOBO

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