Lula deve conversar com presidente da Guiana durante COP28 para tratar de ameaças da Venezuela

Lula deve conversar com presidente da Guiana durante COP28 para tratar de ameaças da Venezuela

Regime de Nicolás Maduro convocou para 3 de dezembro um referendo no qual os eleitores irão responder se a chamada "Guiana Essequibo" deve ser anexada pelos venezuelanos

A diplomacia do governo Luiz Inácio Lula da Silva negocia uma reunião bilateral com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A ideia do Palácio do Planalto é que o presidente brasileiro possa fazer um trabalho de mediação da relação do país com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O chavista tem feito ameaças de invasão e anexação de quase dois terços do país vizinho.

Lula participará da cúpula do clima nos dias 1 e 2 de dezembro, ocasião em que 140 chefes de Estado e de governo vão debater as mudanças climáticas. A conversa com Irfaan Ali deve ocorrer às margens da conferência.

O governo brasileiro tem demonstrado preocupação com a escalada dos ataques venezuelanos. No dia 3 de dezembro, o país fará um referendo no qual os eleitores irão responder se a chamada "Guiana Essequibo" deve ser anexada.

Nesta terça-feira, Lula cumpre agenda na Arábia Saudita. Depois, irá ao Catar e, em seguida, à COP28. Antes de retornar ao Brasil, ainda passa pela Alemanha - o desembarque em Brasília está previsto para o dia 6 de dezembro.

Na semana passada, em reunião com chanceleres e ministros da Defesa da América do Sul, a Venezuela continuou a adotar uma retórica agressiva contra o país vizinho. Após o encontro, realizado, no Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, defendeu o "diálogo" para a superação de discordâncias sobre limites de fronteira.

Há duas semanas, O GLOBO informou que o presidente da Guiana chegou a fazer uma videoconferência com Lula classificada de urgência, para tratar da crise militar.

Na semana, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, viajou a Caracas para ouvir, diretamente de Maduro, as razões da posição venezuelana.

O governo entende que o caso pode gerar um problema de insegurança "há muito" não verificado na região. Tanto a Venezuela quanto a Guiana fazem fronteira com o Brasil, e são banhadas pelo Oceano Atlântico. Na parte de "Essequibo", há poços de petróleo em mar aberto explorados pela companhia americana Exxon Mobil, o que despertou a ira de Maduro pela "exploração ilegal das terras deixadas pelos libertadores".

Caso seja anexada, a faixa do território teria fronteira direta com o Brasil, além de se estender até o litoral.

Segundo Maduro, a História da região de Essequibo é "complexa", mas as atuais fronteiras foram "fraudadas" pelo "colonialismo britânico".

A Guiana é uma ex-colônia britânica, cuja língua oficial é o inglês, e quadruplicou sua economia nos últimos cinco anos. Em razão da exploração de petróleo, só em 2023 deve expandir 38%, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).


Fonte: O GLOBO

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