Enem 2023: Qual será o tema da redação? Veja apostas de professores e internautas

Enem 2023: Qual será o tema da redação? Veja apostas de professores e internautas

Principais palpites giram em torno de temáticas como etarismo, inteligência artificial, crimes digitais e automedicação

O tema da redação é sempre o maior mistério para os candidatos que farão o Exame Nacional do Ensino Médio. Para a edição de 2023, que será aplicada nos próximos dias 5 e 12 de novembro, as apostas já tomam conta das redes sociais. 

Motivo de expectativa para os participantes, o tema é escolhido de acordo com tópicos de ordem social, científica, cultural ou política, atuais e relevantes ao longo do ano.

Veja os seis principais apostas para o Enem 2023, de acordo com a professora Marina Rocha, do Colégio e Curso AZ:

Como garantir a segurança nos espaços educacionais brasileiros

— O tema é uma possibilidade, já que 2023 tem sido o ano com o maior número de ataques violentos a escolas. A insegurança nesses espaços já existia, mas não era uma tragédia tão recorrente. 

A falta de segurança simboliza que, para chegar ao ponto de um ataque armado a alunos de um colégio, não controlamos nem as menores violências, os pequenos episódios, que acontecem no dia a dia das salas de aula. 

A discussão do bullying é muito importante e, apesar de atual, está desgastada. O fato de não darmos a devida proporção às pequenas violências representa uma das causas desse problema. É possível abordar questões práticas e culturais — explicou a professora.

Golpes e outros crimes virtuais no Brasil: os desafios da segurança na internet

— Assistindo aos noticiários, toda semana vemos problemas relacionados a golpes, com um número de vítimas cada vez maior. O problema também atinge cada vez mais pessoas ao nosso redor. Por meio de descontos, serviços, oportunidades, pessoas de todas as faixas etárias, especialmente idosos e jovens, são vítimas do problema. Nessa redação, é possível debater como, se não prestarmos atenção, estamos muito suscetíveis a crimes digitais. Vemos uma ingenuidade social, já que ainda não assumimos posturas mais maduras e responsáveis na internet.

A urgência da educação financeira na realidade brasileira

— Esta já é uma aposta dos professores há muito tempo. Com o programa Desenrola Brasil, colocado em vigor este ano, vimos que a situação do endividamento é bem problemática no país e causa um severo desgaste econômico. Outro ponto alarmante é que uma parcela muito jovem da população se encontra endividada, assim como pessoas sem renda fixa. 

A realidade assusta e, apesar de já ter lei sobre educação financeira nas escolas, ela não é aplicada na prática. O ambiente escolar, muito conteudista, se volta pouco para o desenvolvimento social e autonomia, principalmente a financeira. Além disso, a defasagem no ensino de matemática na educação básica impede que os alunos avancem, com qualidade, para conteúdos mais complexos, como juros. 

O problema cultural também é evidente, já que muitos imaginam que educação financeira é somante para quem tem muito dinheiro ou quer investir e, apesar de termos uma democratização do tema na internet, ainda é muito pouco.

Os desafios no uso ético das inteligências artificiais

— Esse tema funciona de forma semelhante ao tema de 2018, que abordou uso de dados na internet. Assim como não havia regulamentação sobre algoritmos na época, hoje, ainda não existe lei em relação à inteligência artificial. 

Diante desse tema, é possível debater propagandas com uso de IA e o crescimento do uso dessa tecnologia para aplicar golpes na internet. Por mais interessante e inovador, o recurso traz muitos benefícios e muitos prejuízos. 

A redação nessa temática exige entender os desafios do uso ético da ferramenta e ressaltar a falta de regulamentação, já que, pelo encantamento, demoramos a ver o lado ruim de novas tecnologias. Discutimos fake news, em 2018, quando o problema já havia tomado grandes proporções, e ainda não temos uma educação que mostre os benefícios e malefícios da inovação tecnológica.

Consumo indiscriminado de medicamentos e suas consequências para o país

— Esse tema foi discutido, especialmente, no início do ano com o surgimento do Ozempic na mídia e outros remédios tarja preta ou estimulantes. Para esse tema, vale debater a prática genérica da automedicação e as tendências da sociedade, já que nem os remédios escapam disso. 

Existem medicamentos "da moda" e isso incentiva o avanço no consumo de forma indiscriminada. Vale questionar como essas drogas chegam às pessoas que não precisam, a venda dessas substâncias pela internet e o problema de fiscalização e investigação.

Os desafios da consolidação do trabalho remoto no Brasil

— Vejo como uma grande possibilidade uma redação que fale sobre a consolidação do trabalho remoto e seus desafios. A desigualdade no acesso à internet, falta de estrutura e ambiente de qualidade para a realização do trabalho à distância. 

Além disso, é interessante debater a garantia das leis trabalhistas e a manutenção da saúde mental, diante da necessidade de equilibrar a vida pessoal e profissional dentro de casa.

As apostas das redes

Nas plataformas digitais, inscritos que aguardam ansiosamente para descobrir o tema da prova, neste fim de semana, têm suas próprias apostas. Dentre as possibilidades, que variam entre inteligência artificial, tecnologia e vacinação, a mais comentada é o etarismo.

— No Censo 2023, vimos um aumento da população idosa e nada impede que seja tema, mas em 2009, quando o Enem virou vestibular, a prova vazou e o tema era os direitos dos idosos. Apesar de não ter sido aplicado, não sei até que ponto eles se desfizeram dessa temática ou se vão aproveitar com outra roupagem, que vai além dos direitos e fala de discriminação. 

A sociedade vê a velhice de forma muito negativa e essas pessoas perdem o valor, o que é muito problemático diante de um processo de envelhecimento da população.


Fonte: O GLOBO

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