Direito ao aborto é aprovado em plebiscito no estado americano de Ohio, em vitória contundente dos democratas

Direito ao aborto é aprovado em plebiscito no estado americano de Ohio, em vitória contundente dos democratas

Candidato à reeleição, presidente Joe Biden celebrou o resultado e aproveitou para pedir doações para a campanha: 'trumpistas perderam'

Os eleitores de Ohio aprovaram na terça-feira a inclusão do direito ao aborto na Constituição do estado, governado pelos republicanos, em uma vitória contundente para os democratas a um ano das eleições presidenciais. 

O sim para incluir uma emenda na Constituição estadual que garante o direito a "tomar e executar as próprias decisões reprodutivas" recebeu 55% dos votos. No referendo, os eleitores também aprovaram a regulamentação da maconha.

Com isso, Ohio se une ao grupo de sete estados, tanto progressistas quanto conservadores, que votaram desde o ano passado em referendos a favor do direito à interrupção da gravidez, para surpresa dos republicanos. 

A votação desta terça foi acompanhada com atenção em todo o país porque mede a temperatura entre os eleitores. O presidente americano, Joe Biden, candidato à reeleição, mas atrás de seu antecessor Donald Trump nas pesquisas, celebrou o resultado e aproveitou a oportunidade para pedir doações para a campanha.

"Esta noite a democracia venceu e os trumpistas perderam. Os eleitores votam. As pesquisas não. Agora vamos vencer no próximo ano", escreveu na rede social X, antigo Twitter.

A notícia foi muito celebrada por ativistas de uma coalizão que defende o direito ao aborto em Columbus, capital do estado. Já a coalizão antiaborto "Protect Women Ohio" afirmou que seus integrantes estão com o "coração partido". Uma iniciativa dos conservadores para complicar a organização e a adoção de referendos no estado, com o procedimento na mira, fracassou em agosto.

— Não tenho palavras para expressar o que sinto — declarou à AFP Summer McLain, 27 anos, que trabalhou sem descanso na campanha a favor do direito à interrupção da gravidez nos nos últimos meses.

Após a decisão da Suprema Corte dos EUA, que em junho do ano passado anulou a histórica decisão Roe vs. Wade, acabando com o direito federal ao aborto, Ohio adotou uma lei para impedir o procedimento em qualquer caso, — mesmo em estupro ou incesto — assim que o batimento cardíaco fosse detectado no útero, por volta das seis semanas de gestação.

A lei, no entanto, está suspensa em meio a uma batalha jurídica — por enquanto, o aborto permanece legal no estado até a 22ª semana. Mas, no breve período em que a legislação esteve em vigor, uma menina de 10 anos que engravidou após um estupro teve de viajar para o estado vizinho de Indiana para interromper a gravidez, o que provocou protestos em todo o país.

Agora, a emenda aprovada na terça-feira pretende dar a qualquer pessoa "o direito de tomar e executar as suas próprias decisões" sobre aborto, contracepção, tratamentos de fertilidade e cuidados de aborto espontâneo.

Desde a decisão da Suprema Corte, a questão recaiu sobre os estados. Muitos restringiram ou proibiram o direito ao aborto, enquanto outros reforçaram suas garantias constitucionais. O tema provoca uma grande mobilização entre os americanos e até eleitores que não se identificam como progressistas consideram radicais proibições decretadas por alguns estados.

Também na noite de terça, o governador democrata Andy Beshear foi reeleito no estado conservador do Kentucky depois de transformar o direito ao aborto em um dos principais temas da campanha, também de acordo com a imprensa.


Fonte: O GLOBO

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