Dia Mundial do Diabetes: entenda o que é a doença, tipos, sintomas, causas e tratamentos

Dia Mundial do Diabetes: entenda o que é a doença, tipos, sintomas, causas e tratamentos

Problema é causado por uma produção insuficiente ou mau funcionamento do hormônio insulina, que regula as taxas de glicose no sangue

O diabetes, também conhecido pelo seu nome científico, Diabetes Mellitus, é uma doença desenvolvida a partir do excesso de açúcar na corrente sanguínea, chamado de hiperglicemia. Isso ocorre devido a uma produção insuficiente ou pelo mau funcionamento da insulina, hormônio responsável por levar a glicose para dentro das células e, assim, impedir o seu acúmulo no sangue.

Tipos de diabetes

Existem quatro classificações principais de diabetes conhecidas hoje:
  • Diabetes tipo 1
  • Diabetes tipo 2
  • Diabetes gestacional
  • Pré-diabetes
O que a diabetes pode causar?

Se não for controlado, o aumento das taxas de açúcar no sangue provocado pela doença pode levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos.

No Brasil, segundo a última pesquisa Vigitel, em 2020, do Ministério da Saúde, 7,4% da população brasileira tem diabetes, o que equivale a 15,5 milhões de pessoas.

Quais são os quatro principais tipos de diabetes?

Quando se fala em diabetes, quatro principais tipos são citados. No entanto, o médico Roberto Zagury, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que todos levam ao excesso de glicose no sangue e, por isso, são chamados de diabetes:

— Diabetes Mellitus faz referência a um grupo de doenças e é um termo guarda-chuva debaixo do qual se enquadram diferentes condições médicas. Todas têm esse elemento em comum, que é hiperglicemia crônica. Os dois tipos mais comuns são a diabetes tipo 1 e a diabetes tipo 2.

Diabetes tipo 1

A diabetes tipo 1 geralmente aparece na infância ou na adolescência e está associada a uma alteração no sistema imunológico que o leva a atacar as células beta, responsáveis por sintetizar e secretar o hormônio insulina. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o tipo 1 representa entre 5% e 10% do total de pessoas com a doença no país.

Diabetes tipo 2

É o tipo mais comum entre os pacientes com diagnóstico da doença, representando cerca de 90% dos casos. A diabetes tipo 2 aparece geralmente na fase adulta e é consequência de um mau funcionamento da insulina produzida pelo corpo. Com isso, o pâncreas passa a produzir uma maior quantidade do hormônio para tentar manter a glicose em níveis normais. No entanto, quando isso não é mais possível, é desenvolvida a diabetes.

Diabetes gestacional

Quando o quadro de diabetes é diagnosticado durante o período da gravidez, dá-se o nome de diabetes gestacional. Nesse caso, o diagnóstico pode ser transitório ou não, já que durante a gestação o corpo da mulher passa por diversas mudanças em seu equilíbrio hormonal.

Por isso, é indicado que a gestante acompanhe os níveis de glicose no sangue a partir da 24ª semana de gravidez, para descobrir se há um excesso de açúcar na corrente sanguínea.

Pré-diabetes

A pré-diabetes é o tipo menos conhecido da doença. Uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), em parceria com o laboratório farmacêutico Abbott, mostrou que apenas 30% dos pacientes tinham informações sobre o diagnóstico. Ele acontece quando os níveis de glicose no sangue estão elevados, mas ainda não o suficiente para um diagnóstico de diabetes tipo 2.

Segundo a SBD, 50% dos pacientes nessa situação vão desenvolver o tipo 2 eventualmente. No entanto, trata-se de uma fase em que o paciente pode reverter seu quadro ou retardar o seu agravamento.

Sintomas da diabetes

Entre os sintomas mais comuns da diabetes, estão:
  • Sede constante;
  • Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
  • Fadiga;
  • Alterações na visão.
No entanto, o médico endocrinologista Fabrício Siano ressalta que os sintomas podem variar de acordo com cada tipo da doença, além de poderem se apresentar de maneiras diferentes.

— Por exemplo, se levarmos em consideração os pacientes diabéticos tipo 1, normalmente eles abrem o caso de maneira muito abrupta, de caso agudo. Já para os pacientes do tipo 2, os sintomas são mais leves, e normalmente vão se apresentando no decorrer do tempo — explica o especialista.

Quais são os sintomas da diabetes tipo 1?

No caso da diabetes tipo 1, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) aponta que são também sintomas a fome excessiva e a perda de peso. Caso o tratamento não seja iniciado, os sintomas podem evoluir para uma desidratação severa, sonolência, vômitos e dificuldades respiratórias.

Quais são os sintomas da diabetes tipo 2?

Já para os pacientes com diabetes tipo 2, a SBEM destaca o aumento de peso e a obesidade como sintomas. Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, infecções frequentes, dificuldades na cicatrização de feridas, formigamento nos pés e furúnculos também podem ser sinais.

Ao apresentar sintomas, especialistas recomendam que o paciente procure ajuda médica imediatamente para que o diagnóstico seja feito e, se for o caso, o tratamento possa ser iniciado.

O que leva uma pessoa a ter diabetes?

Todos os tipos de diabetes são causados por mau funcionamento do hormônio insulina, que regula as taxas de glicose no sangue, ou uma produção insuficiente. No entanto, as causas para isso variam de acordo com o tipo da doença.

Causas da diabetes tipo 1

No caso do tipo 1, um desequilíbrio do sistema imunológico leva à produção de anticorpos que atacam as células beta pancreáticas, responsáveis pela sintetização e secreção do hormônio insulina. Por isso, não pode ser associada a um fator externo, como estilo de vida, e costuma ser identificada ainda na infância ou na adolescência.

Causas da diabetes tipo 2 e pré-diabetes

Já a diabetes tipo 2, que engloba a maioria dos casos, está diretamente ligada aos hábitos do paciente. Nesse caso, a ação da insulina é dificultada, o que leva a uma sobrecarga do pâncreas e a um eventual quadro de diabetes.

De acordo com a SBEM, há geralmente a associação entre o aumento de peso e a obesidade com esse diagnóstico, especialmente pelo aumento do consumo de gorduras e carboidratos e pela ausência de atividades físicas. As causas ligadas à diabetes tipo 2 são as mesmas para pacientes diagnosticados com pré-diabetes, uma vez que trata-se de seu estágio anterior .

Causas da diabetes gestacional

A diabetes gestacional está normalmente ligada às mudanças hormonais do corpo da gestante, e costuma passar após a gestação.

Segundo a SBEM, as gestantes com histórico de diabetes gestacional, de perdas fetais, malformações fetais, hipertensão arterial, obesidade ou história familiar de diabetes têm mais chances de desenvolverem a doença e, por isso, devem acompanhar suas taxas de glicose com ajuda médica desde o início da gravidez.

Quais são os tratamentos indicados para a diabetes?

Por não haver cura, o tratamento da diabetes é focado no controle dos sintomas e na estabilização dos níveis de glicose no sangue. As terapias variam de acordo com cada tipo, e com o quadro da doença, e podem envolver a aplicação de insulina, ou não. Por isso, o acompanhamento médico é indispensável para o diagnóstico correto e o tratamento devido.

Tratamento para diabetes tipo 1

Para o paciente com diabetes tipo 1, a reposição de insulina é necessária na maioria dos casos, explica Zagury:

— Em geral existem dois tipos diferentes de insulina: a insulina de ação mais prolongada e uma insulina de ação rápida ou ultrarrápida.

Tratamento para diabetes tipo 2

Já para tratar a diabetes tipo 2, o médico precisa avaliar o quadro do paciente. Em alguns casos, a mudança na rotina para hábitos mais saudáveis, com a prática de atividades físicas e a adoção de uma dieta balanceada, é suficiente para estabilizar a taxa de açúcar na corrente sanguínea.

No entanto, podem ser prescritos também medicações como antidiabéticos, que buscam regular a glicose, ou até mesmo a aplicação de insulina em casos mais graves.

Tratamento para diabetes gestacional e pré-diabetes

No caso da diabetes gestacional e da pré-diabetes, o tratamento é similar ao da diabetes tipo 2, porém também variam de acordo com a análise do quadro feita pelo médico especialista.

O tratamento é de extrema importância pois a hiperglicemia crônica ao longo dos anos está associada a lesões da microcirculação, prejudicando o funcionamento de diversos órgãos como os rins, os olhos, os nervos e o coração.

Prevenção da diabetes tipo 1

Não há como prevenir a ocorrência da diabetes tipo 1, já que ela é ligada a uma resposta do sistema imunológico, e não a fatores externos. No entanto, especialistas explicam que a incidência pode ser maior em pacientes com histórico familiar, então, nesses casos, um olhar atento ao primeiro sinal de sintomas pode ajudar ao diagnóstico em sua fase inicial e ao controle mais rápido da doença.

Prevenção da diabetes tipo 2 e pré-diabetes

No caso da diabetes tipo 2 e da pré-diabetes, há fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como a obesidade e o tabagismo. Por isso, alguns hábitos recomendados pelos especialistas para evitá-la são a adoção de uma alimentação equilibrada, a redução no consumo de sal, açúcar e gorduras, a prática de exercícios físicos regularmente e o cuidado com o sobrepeso.

Fontes: Roberto Zagury, médico da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM); Fabrício Siano, médico endocrinologista; Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).


Fonte: O GLOBO

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