Deputada quebra silêncio após acusar senador de drogá-la para forçar relação sexual na França: 'Ainda em choque'

Deputada quebra silêncio após acusar senador de drogá-la para forçar relação sexual na França: 'Ainda em choque'

Joel Guerriau nega ter cometido crime; ele foi colocado sob controle judicial e suspenso do partido em meio às investigações

A deputada francesa que acusa um senador de tê-la drogado para forçar uma relação sexual quebrou o silêncio sobre o caso, nesta terça-feira. Sandrine Josso, do partido centrista MoDem, afirmou que ainda está em estado de choque, mas precisava falar em apoio a outras vítimas de fatos semelhantes. O incidente, registrado na semana passada, abalou o sistema parlamentar francês.

O senador Joel Guerriau insiste que não houve irregularidades. Após a revelação da denúncia, ele foi detido e suspenso do seu partido centrista Horizontes. Agora, enfrenta apelos para renunciar efetivamente ao cargo no Senado.

Sandrine Josso acusa o senador de 66 anos de adicionar ecstasy em seu champanhe enquanto eles bebiam na casa dele em Paris, na semana passada. Vestígios da droga foram encontrados em seu sangue, e resquícios de ecstasy, no apartamento.

— Hoje ainda estou em estado de choque — disse ela à BFM-TV em entrevista na terça-feira. — Digo a mim mesma que aos poucos estou melhorando.

Sandrine Josso afirma que senador colocou droga em sua taça de champanhe — Foto: Reprodução/Instagram

Ela teve que encarar Guerriau durante o interrogatório na semana passada – uma prática padrão na França – e disse que achou a mera presença dele “insuportável”.

Josso, de 48 anos, lembrou que viu o parlamentar na cozinha do apartamento com um sachê branco e percebeu, depois, que “o champanhe não tinha o mesmo sabor”.

— [O champanhe] Estava mais açucarado — lembrou.

Ela então sentiu náuseas e palpitações cardíacas e saiu correndo do apartamento. "Sandrine, salve-se. Ele drogou você!", pensou ela, segundo o relato. A deputada afirmou que teve sorte de encontrar rapidamente um táxi.

Josso também disse à TV France 5, em entrevista na noite de segunda-feira, que “simplesmente teve o instinto de sobrevivência necessário” no apartamento do senador, a quem ela descreveu como um amigo dos últimos dez anos.

Ela alertou que todos podem passar pelo que ela sofreu e disse que seu dever agora era “aumentar a conscientização” e “exortar o governo a fazer algo em relação a este flagelo”.

O presidente de direita do Senado, Gerard Larcher, instou na segunda-feira Guerriau a suspender todas as atividades ligadas ao seu cargo como senador devido “à extrema gravidade das acusações que enfrenta”.

O que apontam as investigações

Guerriau, banqueiro de profissão e eleito senador em 2011, foi indiciado e colocado sob controle judicial na sexta-feira por suspeita de ter drogado a deputada, na manhã de quarta-feira, sem que ela soubesse, com o objetivo de agredi-la sexualmente.

Segundo a Procuradoria de Paris, a denunciante, deputada Sandrine Josso sentiu-se mal depois de tomar uma bebida na casa do senador, com quem não mantinha qualquer relação íntima.

Sua advogada, Julia Minkowski, disse à AFP que a cliente se sentiu mal “depois de beber uma taça de champanhe” e viu que o senador “pegou um pequeno saco plástico contendo algo branco”.

O Ministério Público indicou que as amostras colhidas no apartamento revelaram a presença de ecstasy no corpo da deputada. Ecstasy foi encontrado na casa e no escritório do senador.

Tanto Guerriau como o seu advogado rejeitam as acusações. “Ele lutará” para “provar que nunca teve a intenção de administrar uma substância à sua colega de trabalho e amiga de longa data para abusar dela”, disse à AFP seu advogado, Rémi-Pierre Drai.


Fonte: O GLOBO

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