Casal morto em tiroteio após invasão de fazenda do cantor Leonardo estava foragido e tentou fugir pelo mato; avião está sumido

Casal morto em tiroteio após invasão de fazenda do cantor Leonardo estava foragido e tentou fugir pelo mato; avião está sumido

Kathly Machado e Valmir Quintino tinham condenações por tráfico de drogas e homicídio

Os dois suspeitos mortos num tiroteio com a Polícia Militar, após a ação de criminosos que invadiram com um avião a pista de pouso da fazenda do cantor Leonardo, em Goiás, na última sexta-feira, tentaram fugir dos agentes pelo mato. Kathly Lucas Machado e Valmir Quintino tinham condenações em aberto, por tráfico de drogas e homicídio, e não resistiram aos ferimentos.

De acordo com a PM, Kathly Machado é natural do Tocantins e Valmir Quintino, de Goiás. No momento do confronto, Quintino portava documentos falsos e só posteriormente sua real identidade foi descoberta. Ele era considerado foragido e tinha ao menos um mandado de prisão em aberto, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça. A pena imposta pela 2ª Vara de Execução Penal de Goiânia era de 12 anos em regime fechado por homicídio.

Kathly Lucas, por sua vez, também tinha um mandado de prisão aberto em seu nome. No caso dela, por tráfico de drogas. A pena imposta pela 2ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia era de 4 anos, 10 meses e 10 dias em regime semiaberto.

O casal levava cerca de 437 kg de pasta base de cocaína, avaliada em mais de R$ 48 milhões, em uma caminhonete Hilux. A droga havia sido retirada da aeronave que pousou na Fazenda Talismã, do sertanejo Leonardo, em uma ação que durou 10 minutos. Foi o tempo do avião com prefixo boliviano descarregar a droga e encher o tanque de combustível, antes de decolar. O paradeiro atual da aeronave é desconhecido.

PRF apreendeu mais 400 kg de cocaína em carro que transportou droga vinda em avião — Foto: Reprodução

— Os agentes estavam patrulhando a BR-070 e avistaram a Hilux vindo no sentido contrário. Os policiais tentaram fazer a abordagem, e a caminhonete parou bruscamente. Eles saíram correndo para dentro do mato. E lá começou a troca de tiros — descreve o major Marcos Hosakawa sobre a ação que resultou na morte de Kathly Machado e Valmir Quintino.

Entenda o caso

O avião que invadiu a Fazenda Talismã, do cantor Leonardo, localizada no município de Jussara (GO), transportava um carregamento de 437 quilo de pasta base de cocaína, o equivalente a mais de R$ 48 milhões, segundo as autoridades. Em uma manobra descrita como ousada por agentes de segurança, a aeronave pousou na pista do sertanejo, descarregou a droga e conseguiu decolar em seguida. Seu paradeiro atual é desconhecido.

A ação contou com o apoio de criminosos no solo. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, homens em duas caminhonete chegaram à Fazenda Talismã por volta das 11 horas desta sexta-feira e pediram para que os funcionários do local autorizassem o pouso de uma aeronave. Eles alegaram que o avião estava sem combustível e iria sofrer uma pane seca.

Tanto a entrada dos homens quanto o pouso da aeronave não foram autorizadas.

— Eles entraram à força, e a aeronave pousou. A caminhonete Hilux recebeu toda a carga, e um Fiat Uno apareceu para abastecer o avião — descreve ao GLOBO o Superintendente da PRF em Goiás, Tiago Queiroz — Foi uma ousadia muito grande.

Segundo Tiago Queiroz, instantes antes do pouso, agentes da PRF na rodovia BR-070 notaram uma aeronave voando baixo, algo incomum naquela região. Ao mesmo tempo, os funcionários da fazenda de Leonardo alertaram a Polícia Militar do que ocorria na propriedade. Após terem acesso a filmagens feitas por um caseiro, que conseguiu capturar as placas dos veículos, a PRF trabalhou para localizar os carros.

A Polícia Militar perseguiu a caminhonete Hilux, encontrada a cerca de 90 km da fazenda.

— Invadir uma fazenda com pessoas presentes é incomum. Geralmente, eles (os traficantes) fazem isso quando não há ninguém no local — afirma o delegado Bruno Gama, da Polícia Federal — Essas aeronaves voam abaixo do radar e, como elas não tem um plano de voo, não conseguimos identificar para onde vão. Tudo será apurado.

Ainda segundo o delegado, apesar da aeronave ter um prefixo boliviano, ainda será apurado se o avião tem origem nesse país, já que existe a possibilidade de ser um número clonado. As próximas etapas da investigação devem envolver a perícia da droga apreendida, bem como de outros bens encontrados com os criminosos mortos. Testemunhas e moradores da região também serão ouvidos.


Fonte: O GLOBO

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