Ativista iraniana ganhadora do Nobel da Paz inicia greve de fome na prisão

Ativista iraniana ganhadora do Nobel da Paz inicia greve de fome na prisão

Narges Mohammadi cumpre pena na emblemática prisão de Evin, em Teerã, onde são mantidos os presos políticos do regime dos aiatolás

A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2023, Narges Mohammadi, iniciou uma greve de fome na prisão, informou a campanha pela libertação dela nesta segunda-feira. A ativista iraniana protesta contra as condições em que é mantida na famosa prisão de Evin, em Teerã, e também contra a obrigatoriedade do uso do véu islâmico pelas mulheres iranianas.

Mohammadi, que cumpre penas de prisão em Teerã que somam mais de 10 anos, foi homenageada com o Nobel, no mês passado, em meio ao endurecimento do regime dos Aiatolás após a onda de protestos contra a morte da jovem Mahsa Amini, nas mãos da temida polícia da moralidade. Na semana passada, outra jovem que teria sido agredida pelo mesmo serviço de segurança morreu após ficar um mês em coma.

Armita Geravand, de 16 anos, foi internada após um polêmico incidente no metrô de Teerã, onde, segundo várias ONG, ficou gravemente ferida ao ser agredida por agentes da polícia da moralidade. Imagens de vídeo mostram Armita entrando em um trem do metrô sem o véu. Segundos depois, ela é retirada pelas amigas inconsciente.

Ao conceder o prêmio a Mohammadi, a presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen, declarou que a honraria era o reconhecimento "pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos" e defendeu que a ativista fosse libertada para comparecer à cerimônia de premiação em dezembro, em Oslo.

Narges Mohammadi foi presa 13 vezes pelas forças iranianas e condenada cinco vezes a um total de 31 anos de prisão e a 154 chicotadas, de acordo com a presidente do Comitê Norueguês da premiação.

A campanha pela liberdade dela disse que ela “através de uma mensagem da Prisão de Evin, informou a sua família que iniciou uma greve de fome há várias horas”. 

De acordo com as informações, Mohammadi e seu advogado há semanas buscam sua transferência para um hospital especializado para cuidados cardíacos e pulmonares. Não há detalhes sobre as condições de saúde de Mohammadi, mas foi divulgado que ela passou por exame de ecocardiograma.


Fonte: O GLOBO

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